Químicas debatem previdência em encontro de mulheres
As mulheres químicas realizaram o tradicional encontro da categoria, no dia 10 de março, na sede do Sindicato, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
A ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci, foi a convidada do encontro.
Ela relembrou os avanços para as mulheres no governo Dilma: como o disque denúncia para casos de violência, a Casa da Mulher Brasileira criada para acolher vítimas de violência e principalmente a lei do feminicídio, sancionada em 2015. Em contrapartida, Eleonora lembrou que o atual governo paralisou a agenda da igualdade de gênero.
O encontro também contou com a participação da assessora do Sindicato, Marilane Teixeira, que explicou a reforma da previdência proposta por Bolsonaro e os prejuízos para as mulheres (veja abaixo).
Reforma da previdência é mais cruel com as mulheres
O governo Bolsonaro quer aumentar a idade mínima para aposentadoria das mulheres de 60 para 62 anos e exigir a contribuição de 40 anos para receber a aposentadoria integral.
Hoje, as mulheres que não conseguem se aposentar por tempo de contribuição (30 anos) têm a opção de se aposentarem aos 60 anos, com no mínimo 15 anos de contribuição.
Pelas novas regras propostas, a idade mínima passa a ser de 62 anos e o tempo de contribuição, 20 anos, para receber apenas 60% da média salarial dos últimos 20 anos. Para receber o teto da aposentadoria será necessário contribuir por pelo menos 40 anos.
Pelas regras atuais, uma mulher de 55 anos, com 25 anos de contribuição precisaria trabalhar mais 5 anos para se aposentar com o benefício integral.
Já pelas regras propostas por Bolsonaro, essa mesma mulher teria de trabalhar pelo menos mais 7 anos (55 + 7 = 62) para se aposentar por idade, com 32 anos de contribuição (25 + 7 = 32) e, mesmo assim, não se aposentara com o benefício integral, que, pelas novas regras propostas por Bolsonaro, vai exigir, no mínimo, 40 anos de contribuição para receber 100% do valor.
No caso da trabalhadora, com 62 anos e 32 de contribuição, a conta resulta num benefício de apenas 84% do valor.
“As mulheres trabalham em média 7,5 horas mais que os homens devido à dupla jornada, estão mais expostas ao desemprego e ao trabalho precário e muitas sequer irão conseguir se aposentar”, avalia Celia Alves dos Passos, secretária da Mulher do Sindicato.