Químicas debatem participação da mulher na política
As trabalhadoras químicas se reuniram no auditório do nosso Sindicato, em 1º de setembro, para debater direitos, democracia e participação na política. O seminário foi realizado em parceria com a CNQ (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Químico), Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico) e Químicos do ABC.
A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, abriu o debate falando da paridade nas direções cutistas e sindicais. “A CUT foi pioneira ao implementar a paridade e incentivou outras centrais, foi um exemplo para o mundo”, disse. Por outro lado, a dirigente criticou o fato das mulheres terem paridade na chapa mas não chegarem aos cargos mais relevantes, como a presidência, por exemplo.
Juneia também apresentou os principais pontos da Plataforma das Mulheres da CUT para as Eleições 2018 – Nehum Direito a Menos, que está sendo entregue a todos os candidatos à presidencia e governos estaduais. A dirigente explicou que a plataforma tem quatro eixos: Igualdade e Não Discriminação no Trabalho; Combate à Violência contra a Mulher; Política de Cuidado e Responsabilidades Domésticas e Familiares Compartilhadas e Direitos Sexuais e Reprodutivos.
A diretora do nosso sindicato e presidenta da CNQ, Lucineide Varjão, informou que a Confederação está fazendo um levantamento da presença de mulheres em cargos de direção nas entidades sindicais do ramo, destacando que nos setores químico e farmacêutico, dos 333 dirigentes, 58 são mulheres. Lembrou ainda que das 14 entidades sindicais, nenhuma tem uma mulher na presidência. “O caminho é longo e é importante envolver também os companheiros nessa discussão sobre as cotas, eles são pais, esposos e também podem lutar ao nosso lado”, disse.
A convidada Jacira Melo, do Instituto Patricia Galvão, disse que a desigualdade de gênero tem definido o papel da mulher na política. “os partidos políticos são redutos machistas. As cotas são cumpridas, mas as mulheres não têm espaço na TV e nem verba por isso não conseguem se eleger”, afirmou.
Jacira disse ainda que as pesquisas mostram que as mulheres estudam mais, se preparam mais, e votam em mulheres. Na eleição passada Dilma Rousseff recebeu 65% dos votos de mulheres. “Mas sem igualdade de oportunidades, é bem difícil alcançar um cargo de poder”, enfatizou.
A empresária e ativista dos movimentos negro e feminista, Eliane Dias, lembrou que as mulheres negras sofrem ainda mais. “As mulheres negras são invisibilizadas. Já fui convidada para me candidatar por diversos partidos. Mas todos querem cumprir a cota e depois me comandar, por isso não aceito”, desabafou. Na opinião de Elaine é muito importante elegermos mulheres, independentemente de raça: “uma puxa a outra, precisamos vencer essa resistência e ocupar os espaços”, concluiu.