Por moradia popular, movimentos ocupam nove prédios em São Paulo
Com objetivo de pressionar o poder público por uma política mais eficaz de acesso habitacional a famílias de baixa renda, movimentos de luta por moradia ocuparam, durante a madrugada desta segunda-feira (7), nove prédios na região central de São Paulo. Entre os manifestantes, estão 3 mil pessoas que esperam por atendimento de programas como o Minha Casa Minha Vida, do governo federal, que prevê direito a moradia para famílias com renda de até três salários mínimos, e o Programa Carta de Crédito Municipal, da prefeitura paulistana.
A Frente de Luta por Moradia (FLM), um dos movimentos que organizam as ocupações pacíficas, afirma que a intenção do protesto é mostrar que existem imóveis disponíveis e recursos dos governos em âmbito federal e estadual para reduzir o déficit habitacional da capital. “Tem dinheiro disponível e queremos que as casas sejam construídas em grande escala para atender as famílias necessitadas”, diz Osmar Borges, coordenador da FLM. O movimento segue por tempo indeterminado.
Representantes da prefeitura da cidade estiveram nos locais ocupados, se comprometendo a encaminhar as queixas das famílias aos órgãos competentes. Os prédios onde a mobilização aconteceu ficam nas avenidas São João, Rio Branco e Ipiranga, e nas ruas Vitória, Conselheiro Nébias, Dr. Carlos Guimarães e Tabatinguera.
Segundo Osmar, o grupo aguarda a “boa vontade” do governo municipal e estadual em negociar as demandas trazidas pelos movimentos sociais. Um desses pedidos é a ampliação dos atendimentos do Programa Bolsa Aluguel (que paga um auxílio mensal de R$ 300 às famílias previamente cadastradas) a 5 mil famílias. O movimento afirma que há situação de emergência de pessoas desabrigadas após a demolição do Edifício São Vito – demolido em maio deste ano – que ainda aguardam abertura de vagas nos programas habitacionais.
Em vez de desapropriação e demolição, o grupo apresenta uma alternativa aos representantes do governo. Caso os prédios e locais no Centro fossem reformados e oferecidos como moradia popular, cerca de 800 mil unidades poderiam abrigar as famílias, segundo Borges. Um grupo de sem-teto tenta ainda nesta segunda uma reunião com representantes da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) para cobrar a retomada de obras paradas no extremo sul da capital. A área fica perto da divisa com o município de Itapecerica da Serra (SP).
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