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Postado em: 05/01/2015 - 13h51 | Marilane Teixeira

Os cuidados que devemos ter com o crédito fácil

Antigamente, para se obter crédito em um banco, eram muitas as exigências e comprovações e ainda assim o pedido era analisado – e muitas vezes recusado. Essa situação mudou completamente, agora os bancos oferecem crédito para todos os correntistas, é automático e já está disponível na conta-corrente.

O crédito oferecido com muita facilidade pelos bancos têm levado as pessoas cada vez mais a se endividarem, assim elas perdem a noção de juros e taxas que estão embutidos nas parcelas.

Os juros decorrentes dos empréstimos, juntamente com as taxas bancárias, são as principais fontes de receita dos bancos. Essas taxas bancárias são tantas que podem exceder 50 tipos, desde o pagamento para impressão do saldo ou extrato até a simples consulta no caixa eletrônico, a folha do cheque ou uma transferência bancária, tudo é tarifado. Somente as tarifas referentes à conta de depósito podem chegar a cerca de R$ 110. A sensação é de que até o ar que você respira dentro do banco é pago.

Para realizar um cadastro, o valor médio cobrado pelos bancos é de R$ 330, sendo que em algumas instituições pode chegar a R$ 1.700. Mas é consenso que o maior vilão de todos é o cheque especial, uma linha de crédito que pode chegar a cobrar 15% ao mês do correntista. Por exemplo, se você utiliza R$ 1.000 do seu limite de cheque especial, estará pagando por mês no mínimo R$ 150 de juros, valor que é acrescido ao montante emprestado. No mês seguinte, os juros de 15% serão calculados sobre R$ 1.150, e assim sucessivamente. O empréstimo vira uma bola de neve que cresce rapidamente, com a diferença de que nunca descongela.

Quando o banco chama o cliente para negociar essa bola de neve, sempre oferece o recurso de parcelar o montante, porque desta forma você continuará pagando juros. O banco nunca perde.

Confira as taxas de juros do cheque especial (em ordem crescente) dos principais bancos. As taxas de juros ao mês podem variar de 2,97% a 10,25%.

 

Posição

Instituição

% a.m.

% a.a.

1

BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A.

2,97

42,15

2

BCO CAPITAL S.A.

4,32

66,20

3

BCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S.A

4,41

67,85

4

BCO ABC BRASIL S.A.

4,77

74,86

5

BCO DO EST. DO PA S.A.

5,42

88,36

6

BRB – BCO DE BRASILIA S.A.

5,81

97,01

7

BCO DA AMAZONIA S.A.

5,98

100,69

8

BCO DO ESTADO DO RS S.A.

6,42

110,97

9

BCO BANESTES S.A.

6,63

115,95

10

CAIXA ECONOMICA FEDERAL

6,94

123,77

11

BCO MERCANTIL DO BRASIL S.A.

7,99

151,49

12

BCO SAFRA S.A.

8,76

173,86

13

ITAÚ UNIBANCO BM S.A.

8,96

179,98

14

BCO DO BRASIL S.A.

9,06

183,27

15

BCO BRADESCO S.A.

9,78

206,34

16

HSBC BANK BRASIL SA BCO MULTIP

10,25

222,64

17

BCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

12,36

305,00

 

 

Marilane Oliveira Teixeira é economista, pesquisadora da Unicamp e consultora do Sindicato dos Químicos de São Paulo.