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Postado em: 20/06/2006 - 17h12 | Redação

Opinião: Vamos defender nossos direitos

Um ataque aos direitos conquistados pelos trabalhadores. Esta é a única definição possível para o pacote anunciado pela Volkswagen no Brasil. A empresa resolveu que vai reestruturar outras fábricas no mundo, até na Alemanha. Mas só aqui ela anunciou que vai cortar direitos. Serão 5.773 demissões em três das cinco fábricas no Brasil.

A empresa quer reduzir 25% dos custos com mão-de-obra, além do corte dos postos de trabalho, a Volks também quer diminuir o salário dos novos contratados em 35%. A multinacional quer que o trabalhador faça até oito horas extras por semana de graça. Isto mesmo! È a forma mais moderna de trabalho escravo.

A empresa quer repor 85% da inflação na data-base, num claro desrespeito ao acordo coletivo assinado por ela, que prevê aumento real de 1,3% em 2006, além da reposição integral da inflação. A empresa quer ainda acabar com o tempo livre dos cipeiros, tempo indispensável para garantir melhores condições de trabalho e mais saúde para o trabalhador.

Para a imprensa, a Volks tenta fazer o papel de boazinha e alega que os sindicatos que representam os trabalhadores é que são intransigentes e não aceitam negociar. Na verdade, é a multinacional que não negocia, pois ela quer apenas a assinatura do acordo, ou melhor, quer a rendição incondicional dos funcionários.

A Volks chantageia os sindicatos afirmando que vai começar a demitir caso eles não aceitem o pacote. Nós queremos negociar. Queremos construir propostas que contribuam para a manutenção do posto de liderança da empresa no mercado e garantir o emprego e os direitos que têm sido ameaçados.

Nós não vamos abaixar a cabeça. Unificamos as ações dos sindicatos envolvidos. Começamos a construir aliança com representantes de trabalhadores da Volks no mundo. Participamos de encontros na Alemanha e no México. Fizemos uma greve de um dia em São Bernardo, Taubaté e São José dos Pinhais, PR e distribuímos 300 mil jornais para mostrar à população que as demissões da Volkswagen vão afetar muita gente.

A Volkswagen alega que o câmbio brasileiro é o responsável. No entanto, a An-favea (Associação Nacional dos Fabricantes) anunciou que as exportações cresceram 16,7%, nos primeiros meses de 2006.

Conhecendo a realidade da empresa, não dá para aceitar o pacote anun-ciado. Cada ataque da empresa vai encontrar uma reação na mesma intensidade dos trabalhadores. Vamos lutar por nosso emprego e, o que é igualmente importante, pela qualidade dele.