O genérico é nosso
A discussão sobre os medicamentos genéricos começou em 1993 na Câmara
Setorial da Indústria Farmacêutica, impulsionada por este Sindicato, que
realizou um seminário internacional para discutir a questão. Ainda promovemos
com outras entidades de classe, como o sindicato dos médicos, manifestações e
abaixo assinados para que o projeto fosse aprovado no Congresso nacional.
A partir da Câmara Setorial foi criado um Fórum por uma Política Nacional de
Medicamentos, e posteriormente com a bancada federal do PT formalizamos um
projeto de Lei que foi aprovado e sancionado criando assim a Lei dos Genéricos.
A questão central era garantir a toda população o acesso a medicamentos por um
preço justo.
Foram anos de lutas, idas e vindas a Brasília, reuniões, debates com
empresários do setor farmacêutico e representantes do governo. Foi uma dura
queda de braços, principalmente contra os empresários que não queriam sequer
fazer a discussão. Ao final conquistamos a aprovação da lei no Congresso
Nacional e exigimos a sanção do presidente da república.
Os empresários, por anos seguidos entraram na justiça contra a lei dos
genéricos e tentaram por todas as formas não cumprí-la. Nós conseguimos na
Justiça garantir que a lei fosse cumprida. E os genéricos hoje garantem a toda
população acesso a remédios a um preço muito abaixo dos outros medicamentos.
Depois de anos de luta e sacrifícios os trabalhadores conquistaram o
genérico. Agora vem o José Serra, que foi Ministro da Saúde, dizer que é o pai
do Genérico. Ora, como fazem os políticos oportunistas e descarados, Serra nega
a histórica luta dos setores organizados da sociedade que conquistam benefícios
à população.
Lourival Pereira Batista é diretor do
Sindicato.
Este texto não reflete, necessariamente, a
opinião da diretoria do Sindicato.