No Dia da Consciência Negra, movimentos cobram reforma política
Na última quinta-feira (20) – quando se comemorou o dia de Zumbi e da Consciência Negra – foi realizada em São Paulo a 11ª Marcha da Consciência Negra, visando celebrar a importante data. O evento contou com a participação de 2000 pessoas e foi promovido pela CUT e diferentes movimentos sociais, servindo, também, como plataforma para a defesa de mudanças no país através de 7 eixos principais: reforma política; reforma da mídia; desmilitarização da PM e fim dos autos de resistência; fim do feminicídio contra a mulher negra; pela destinação de mais recursos para políticas de inclusão; pela implantação das leis antirracismo e pelo direito de expressão das religiões de matriz africana.
“Nós temos um longo caminho a ser trilhado para termos uma igualdade de tratamento entre todos os brasileiros. Esse caminho passa pelo reconhecimento maior da luta da população negra, pela efetiva implementação de leis que já existem, pelo olhar especial para a saúde da população negra, pelo fim do extermínio da juventude nas periferias e pela defesa de dias como o 20 de novembro, dia de Zumbi”, declarou Maria Júlia Reis Nogueira, secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT.
Já a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, em afirmações na última terça-feira (18), observou que a participação de negros no Congresso ainda é muito pequena – apesar do crescimento no número de candidaturas – e ressaltou a necessidade de uma reforma política. “O problema continua sendo a taxa de sucesso dessas candidaturas. As proporções de negros e de mulheres e a presença no Parlamento praticamente se invertem. Os homens brancos, que eram cerca de 42% dos candidatos, constituem quase 80% dos parlamentares eleitos”, analisou.