MST protesta contra prisões políticas no sudoeste da Bahia
Cerca de 300 famílias ligadas ao MST ocuparam neste sábado pela manhã a fazenda Lajedo, no município de Iguaí, sudoeste baiano.
A ação faz parte de uma série de protestos contra a prisão irregular de 10 militantes, na madrugada de 16 de maio. O Polícia Militar alegou que os Sem Terra dirigiam-se para uma ocupação, montou uma emboscada, prendendo a militância e apreendendo carros, sacolas e objetos pessoais.
Dois trabalhadores rurais foram soltos (dentre eles, um menor de idade) e os demais continuam encarcerados nas delegacias de Iguaí e Ibicuí. Dentre eles, encontram-se dirigentes regionais e de brigada.
A polícia apreendeu os ônibus utilizados no transporte dos trabalhadores e ronda a área, fazendo ameaças constantes. O movimento está em busca de uma intermediação que permita estabilizar a situação.
Presos na Chapada
A arbitrariedade das prisões no dia 25 de março em Wagner, na Chapada Diamantina, também é alvo de denúncia pelo movimento.
A polícia, em companhia do fazendeiro, invadiu o acampamento e alega ter encontrado quatro espingardas de caça, utilizando o pretexto para prender cinco militantes a quem foi atribuída a posse das armas.
O juiz decretou prisão preventiva aos cinco trabalhadores rurais. Após um grande ato popular organizado pelo MST, os presos foram transferidos para Itaberaba, alegando que a mobilização em Utinga punha em perigo a delegacia. O movimento continua na luta pela libertação dos trabalhadores.
Diálogo
O início do governo Jaques Wagner foi marcado por uma das mais violentas desocupações já ocorridas no estado, a da Fazenda Conjunto Aliança, em Itapitanga.
A Companhia de Ações Especiais da Região Cacaueira (CAERC) agrediu os trabalhadores com spray pimenta, gás lacrimogêneo, balas de borracha e golpes de cacetete, espancando-os em plena praça pública. Vinte e quatro militantes foram detidos e quatro torturados.
Desde então, o governo da Bahia, por meio da Casa Militar, vem construindo uma mediação de conflitos, dialogando diretamente com os movimentos sociais. “Pelo seu perfil e origem, o governo popular fica inibido de tratar os movimentos através da polícia, e tem criado mecanismos para esgotar o diálogo antes de usar a repressão”, comenta Evanildo Costa.
“Mas o Poder Judiciário, através da sua estrutura montada há 500 anos, a serviço da propriedade privada, do capital estrangeiro e das grandes elites, sempre concede liminares de despejo, além de ameaçar de processo administrativo os comandos de polícia que buscam a negociação”.
Mais informações acesse: http://www.mst.org.br/node/9917