Movimentos não reconhecem legitimidade do governo Temer
Representantes dos trabalhadores e movimentos sociais afirmaram não reconhecer o governo de Michel Temer, que passa a ocupar a Presidência com o afastamento de Dilma Rousseff, cujo pedido de impeachment foi admitido pelo Senado hoje (12). A CUT considera a posse de Temer ilegítima.
“Junto com as forças democrático-populares representadas pela FBP (Frente Brasil Popular) e pela FPSM (Frente Povo Sem Medo), resistirá a toda e qualquer iniciativa que vise a retirar direitos dos (as) trabalhadores (as), precarizar as relações de trabalho, diminuir o investimento nas políticas sociais e piorar a qualidade das políticas públicas”, afirma a central em nota divulgada em seu site. “Não aceitaremos que a classe trabalhadora e os setores mais pobres da população sejam onerados com mais sacrifícios”, diz a central.
A CUT também conclama as suas bases à resistência ao governo Temer. “Lutamos até agora em defesa da democracia e continuaremos lutando para reconduzir o país ao Estado de direito, ao regime democrático e para fortalecer o povo, de onde emana todo o poder, para efetuar a necessária reforma de nossas instituições políticas.”
A Central de Movimentos Populares (CMP), que integra a FBP, também divulgou nota em que declara não reconhecer a legitimidade de Temer. Segundo a organização, Temer “toma de assalto o comando do país, por meio de manobras conspiratórias e aliança espúrias que deflagaram o golpe com a aprovação pelo Senado, no início do dia de hoje”. A CMP diz ainda que “os movimentos sociais continuarão na resistência e luta contra as elites políticas e econômicas que nos últimos anos estreitaram alianças com setores da mídia e do poder judiciário para derrubar o governo eleito, pelo sufrágio do voto popular, mas que colidia com os interesses daqueles que estavam há séculos no comando da nação brasileira”.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), em sua página no Facebook, sustenta não reconhecer “um governo sem legitimidade das urnas, que é resultado de uma conspiração golpista”. Segundo a entidade, os petroleiros continuarão mobilizados junto com as demais categorias e os movimentos sociais em defesa da democracia e da soberania nacional. “Seguiremos na luta por um Estado desenvolvimentista, onde a Petrobras e o Pré-Sal sejam instrumentos de transformação social para o povo brasileiro”.
Segundo a FUP, o impeachment da presidente Dilma “é mais um capítulo da luta de classes que sangra o Brasil há séculos; o objetivo dos golpistas é derrotar um projeto popular democrático que pela primeira vez colocou o povo pobre no centro da agenda nacional, com políticas sociais inclusivas e um programa de combate à fome que é exemplo internacional”. A entidade dos petroleiros também destaca que o golpe é contra os 36 milhões de brasileiros que foram retirados da linha de pobreza ao longo dos últimos 13 anos. “O golpe é contra as conquistas sociais e os direitos dos trabalhadores. O golpe é contra um Estado forte e soberano.”