Movimentos já discutem como resistir ao autoritarismo
Na segunda semana após a eleição de Jair Bolsonaro como presidente da República, movimentos sindical e sociais promovem discussões para a organização da resistência em defesa da democracia, contra o autoritarismo e a perda de direitos.
Na opinião de Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular (FBP), é necessária uma frente ampla, democrática e popular “em defesa da democracia, contra o autoritarismo e o fascismo, que deve ser constituída por todos os setores democráticos e populares”, e que, além dos movimentos sociais, precisa contar com a participação de partidos políticos de esquerda, democráticos e os liberais democráticos.
“Se essa frente se pretende ampla, tem que ser composta por entidades da sociedade civil. Mas acho que, sem a participação e sem o protagonismo dos partidos de esquerda, democráticos e liberais democráticos, terá dificuldade de ter êxito”, avalia Bonfim.
O cientista político e professor da Universidade de São Paulo (USP), André Singer afirmou que os partidos estão resistentes a construir uma frente democrática para enfrentar o ataque a direitos pelo governo Bolsonaro.
Singer acentuou que tal frente deve se impor no campo da sociedade civil, aglutinando instituições que representam os trabalhadores, estudantes e movimentos sociais. “Os partidos terão de se somar a esta ampla frente da sociedade civil, ou ficarão sem base”, disse o analista.
No mesmo evento, a filósofa Marilena Chauí afirmou que a melhor estratégia, no momento, não são as manifestações de rua. “Eles querem que façamos as manifestações de rua, mas nós precisamos fazer um trabalho lento como é o da toupeira, que cava silenciosamente por debaixo da terra”, defendeu”.