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Postado em: 20/04/2011 - 13h26 | Redação

Ministra de Direitos Humanos acompanha buscas no cemitério da Vila Formosa

Ministra, familiares dos desaparecidos, procuradores e policiais federais, juntos no último dia de buscar no cemitério da Vila FormosaNa terça-feira, dia 22 de março, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, acompanhou as escavações no cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo, que buscam os restos mortais de desaparecidos políticos na época da Ditadura Militar, entre eles o companheiro Virgílio Gomes da Silva.

 
A busca é o resultado de uma ação conjunta entre a família do Virgílio, o Grupo Tortura Nunca Mais e o Sindicato dos Químicos de São Paulo. “A Polícia Federal, em conjunto com o IML de São Paulo, está desenvolvendo um trabalho permanente exatamente em cima do material que é retirado nessas escavações”, explicou o procurador regional da Reptública, Marlon Weichert.
 
A ministra Maria do Rosário ouviu todas as partes envolvidas nas escavações e depois respondeu às perguntas dos jornalistas. “Eu quero de público dizer deste reconhecimento que, de 1995 até os dias atuais, ainda que a lei dissesse que devíamos cumprir, dizer onde estão os nossos mortos e desaparecidos, nós não cumprimos aquilo que a lei determinou”.
 
Maria do Rosário assumiu, em nome do Governo, o compromisso de construir um monumento em homenagem aos desaparecidos políticos no cemitério da Vila Formosa. “Nós queremos dizer às famílias que todo esforço está sendo feito, que nós vamos continuar e assim como o Ministério Público e as famílias nos indicam a necessidade de um memorial, nós queremos assumir esse compromisso.”
 
Nos momentos finais de sua declaração, a ministra emocionou os presentes: “Que neste memorial se registre os desaparecidos, os mortos pela Ditadura, que nesse memorial se registre que o Estado brasileiro torturou e matou, mas que neste memorial se registre que as famílias nunca abandonaram seus entes queridos”.
 
Lourival Batista, coordenador da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Sindicato, acompanhou a visita da ministra ao cemitério e disse estar satisfeito. “Nós sabemos que talvez os restos mortais do companheiro Virgílio não sejam encontrados, devido ao tempo de seu falecimento, mas a construção do memorial significa o reconhecimento do Governo. Então, para nós, o Virgílio não está mais desaparecido. Agora a família terá um lugar para rezar por ele.”