Inflação dispara em plena pandemia
A inflação do mês de setembro subiu para 0,64%, ante 0,24% em agosto, impulsionada pela alta do preço dos alimentos, de acordo com pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA mede a inflação oficial do país para famílias com rendimentos de um salário mínimo (R$ 1.045,00) a 40 salários (R$ 41.800,00).
Para as famílias de menor renda de um a cinco salários mínimos (R$ 5.525,00), o peso da inflação foi ainda maior. O índice teve alta de 0,87% em setembro deste ano. A taxa ficou acima do 0,36% registrado pelo INPC em agosto e é o maior índice de inflação para um mês de setembro desde 1995 (1,17%).
Com o IPCA de setembro, a inflação atingiu nos últimos 12 meses, 3,14% acima dos 2,44% do mesmo período anterior. De janeiro a setembro deste ano, o índice acumula alta de 1,34%.
O grupo “Alimentação e Bebidas” foi o responsável para que o índice da inflação de setembro atingisse sua maior alta em 17 anos. O recorde anterior foi o de 2003, que ficou em 0,78%.
A taxa deste grupo foi de 2,28%, puxado pelo avanço nos preços dos alimentos para consumo em domicílio (2,89%), tendo assim um impacto de 0,46% sobre o IPCA.
Itens da cesta básica tiveram as maiores altas
As maiores altas no mês passado foram do óleo de soja (27,54%) e do arroz (17,98%), que já acumulam no ano altas de 51,3% e 40,69%. Juntos, arroz e óleo de soja (0,16 p.p) tiveram impacto maior que as carnes (0,12 p.p), cuja variação foi de 4,53%.
Outros produtos que subiram na cesta das famílias foram o tomate (11,72%) e o leite longa vida (6,01%). Por outro lado, caíram os preços da cebola (-11,8%), da batata-inglesa (-6,3%), do alho (-4,54%) e das frutas (-1,59%).