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Postado em: 14/07/2009 - 14h30 | Redação

Hypermarcas proíbe trabalhadores de conversar com dirigente sindical

A Hypermarcas (Niasi) gostou de aparecer no nosso jornal e resolveu assediar os seus trabalhadores. Não bastassem as denúncias feitas na edição passada, agora resolveu perseguir a dirigente Rosemeire Gomes de Brito (Rose). Proibiu os trabalhadores de falar com a diretora porque ela tem conscientizado e organizado os trabalhadores. 

A greve em março de 2009 e as denúncias na Procuradoria Federal do Trabalho foram a gota d’água. “Os trabalhadores me evitam com medo de serem demitidos. Mas depois me procuram e avisam que isso é ordem da empresa. Não é razoável tratar os trabalhadores com tamanha repressão”, explica a dirigente Rose. 

Desde que a antiga Niasi foi vendida para o grupo Hypermarcas, as condições de trabalho vêm piorando; a busca por metas de produtividade ignoram a saúde dos trabalhadores; a pressão para realização de horas-extras também é abusiva, quando feita é sob ameaças porque o corpo já não suporta mais; falta água potável, exigência que consta na nossa Convenção Coletiva (cláusula 47); mas a empresa não tem noção e até comida falta durante o jantar. 

Qualidade da produção prejudicada

O resultado de tanta repressão e assédio é a qualidade comprometida dos produtos da empresa. Não há como manter qualidade no ritmo que a Hypermarcas atua. A lógica do lucro é estúpida e logo as sequelas vão ficar claras para todos, inclusive para os diretores da empresa. 

Vale-coxinha

A cesta-básica foi trocada por um vale que os trabalhadores apelidaram de “vale-coxinha”. O que parece apenas bom humor, revela a fragilidade de um benefício que é de R$ 47,00, com desconto de R$ 4,70, ou seja, o valor recebido é de somente R$ 42,30. Antes a cesta básica atendia melhor à necessidade dos trabalhadores. 

Cuidado

A dirigente Rose alerta para dois assuntos importantes: o horário trabalhado e a função exercida. “O Sindicato recebeu denúncias que existem trabalhadores exercendo uma função e ganhando menos do que aquilo que a empresa deveria pagar. Também quer saber se os trabalhadores do período noturno não estão trabalhando uma hora a mais”, conclui Rose.

 Qualidade de vida

O trabalho é parte importante das nossas vidas. Mas o ritmo proposto pela Hypermarcas limita a vida ao trabalho. Não é essa a qualidade de vida que o Sindicato defende, nem mesmo os mais gananciosos podem defender que trabalhador fique doente e elabore produtos de má qualidade.