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Postado em: 07/02/2011 - 14h54 | Redação

História de Virgílio Gomes da Silva

Virgílio Gomes da Silva foi trabalhador da Nitro Química na década de 50, e sempre lutou por melhores condições de trabalho para os operários. No entanto, a luta trabalhista não era o suficiente para esse combativo militante e, nos anos 60, ele filiou-se ao PCB (Partido Comunista Brasileiro). Anos mais tarde, Virgílio entrou para a ALN (Aliança Libertadora Nacional), uma organização que lutava contra a Ditadura.

Durante os chamados “anos de chumbo” da Ditadura, Virgílio foi forte combatente e teve de entrar na clandestinidade. Passou, então, a usar o codinome de Jonas. Nesse período, foi o chefe da operação que libertou 15 presos políticos ( Luís Travasso, José Dirceu, Vladimir Palmeira, José Ibrahim, Flávio Tavares, Gregório Bezerra, Onofre Pinto, Ricardo Vilas Boas, Ricardo Zaratini, Rolando Fratti, Agnalto Pacheco, Mário Zanconato, Ivens Marchetti, Leonardo Rocha e Maria Augusta Carneiro), com o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick.

Dias depois, em setembro de 1969, foi preso e duramente torturado no DOI CODI de São Paulo. Depois de sua prisão, Virgílio nunca mais foi visto. A partir de então, a família lutou por décadas para encontrar o seu corpo.

Homenagens

Como forma de resgatar a memória do Sindicato e conscientizar os jovens da base contra os horrores da Ditadura Militar, no dia 28 de setembro de 2009, o Sindicato realizou uma homenagem ao Virgílio. O ato, organizado em parceria com o grupo Tortura Nunca Mais e com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (com a presença do Ministro Paulo Vannuchi), teve a inauguração, na Sede do Sindicato, de uma placa com dados biográficos de Virgílio. A iniciativa, faz parte do memorial “Pessoas Imprescindíveis”, organizado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos.

No dia 12 de dezembro de 2010 o Sindicato prestou mais uma homenagem ao Virgílio, ao renomear o Clube de Campo do Sindicato, no Arujá, de Clube de Campo Virgílio Gomes da Silva. A atividade contou com a participação maciça da categoria, dos dirigentes do Sindicato, além da família de Virgílio e de importantes representantes dos grupos Tortura Nunca Mais, da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e de Ivan Seixas, presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana). Durante o ato, a viúva Dona Ilda da Silva e sua filha, Isabel Gomes da Silva, receberam mais uma homenagem: carteirinhas de sócias eméritas do Sindicato dos Químicos.

Ação do Sindicato

A partir de 2009, o Sindicato dos Químicos e o grupo Tortura Nunca Mais, entraram no processo com uma Denúncia Civil e Criminal junto com a família de Virgílio para encontrar os seus restos mortais. Nela, eles exigiam a busca do corpo de Virgílio e o indiciamento das autoridades da época, que estavam relacionadas ao seu desaparecimento. O processo conjunto ajudou para pressionar as autoridades (que insistem em deixar os arquivos da Ditadura trancados) e agilizar as buscas.

Busca pelo corpo de Virgílio

Os esforços para encontrar o corpo de Virgílio têm dado resultados. Foram descobertos o laudo de sua morte e um documento indicando onde seu corpo foi enterrado clandestinamente, provavelmente no cemitério da Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo. Apesar das buscas ainda não estarem encerradas, Isabel, filha de Virgílio, resume o alívio de sua família ao afirmar: “meu pai não está mais desaparecido”.

Cemitério da Vila Formosa

Durante a semana do dia 29 de novembro de 2010, o Ministério Público Federal, representado pelos promotores Eugênia Fávero e Marlon Weichert, promoveu escavações de túmulos clandestinos no cemitério da Vila Formosa, zona Leste de São Paulo. Estima-se que, além de Virgílio, estão enterrados pelo menos mais 10 militantes contrários à Ditadura. Nessa 1ª semana de escavações, infelizmente o corpo de Virgílio ainda não foi encontrado, mas os supostos restos mortais de outro militante, Sérgio Correia, está em processo de identificação no IML.

Estão marcadas para o início de fevereiro novas escavações no cemitério da Vila Formosa. E dessa vez espera-se que o corpo de Virgílio finalmente seja encontrado.