Governo de SP discrimina mulheres, afirmam especialistas
Segundo reportagem do portal IG, desde 1993, a colposcopia e o papanicolau são aplicados a mulheres que desejam ingressar no funcionalismo paulista, em todas as categorias, como critério de seleção – se identificada a presença de carcinoma (câncer) no colo uterino, a candidata será impedida de assumir a função. Para Rosane Silva, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, a exigência fere a Constituição Federal, que proíbe a discriminação por cor ou gênero. “Eles podem dizer que é uma forma de proteger as mulheres, mas, na verdade, é uma forma de expor as que passaram pelo concurso público”, declarou.
Maria do Socorro de Souza, presidenta do Conselho Nacional de Saúde, também considera os exames discriminatórios, lembrando que os critérios para assumir um cargo público deveriam ser a formação, experiência, perfil e habilidades da candidata. “O governo poderia incentivar de forma educativa os cuidados com a saúde, com campanhas de prevenção mostrando a preocupação com as servidoras públicas. Isso seria uma postura respeitosa. Como isso não ocorre, se configura uma violação de gênero”, destacou.