Garotinho é condenado a dois anos e meio de prisão pela Justiça Federal
Candidato a deputado federal pelo PR, o ex-governador Anthony Garotinho, o ex-chefe de Polícia Civil e deputado estadual cassado Álvaro Lins (PMDB) e mais oito pessoas foram condenadas pela 4ª Vara Federal Criminal. O processo comprovou a atuação de uma quadrilha que usava a estrutura da Polícia Civil para cometer crimes e facilitar negócios para o jogo do bicho.Todos os condenados podem recorrer.
Garotinho, que tenta se eleger deputado federal deste ano, foi considerado culpado de formação de quadrilha e sentenciado a uma pena de dois anos e seis meses de reclusão. Antes, em função do risco de ter seu registro impugnado em função do projeto Ficha Limpa – já que ele acumula condenação em segunda instância – o ex-governador desistiu de participar da disputa para voltar ao cargo.
Álvaro Lins foi condenado por formação de quadrilha armada, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena dele totaliza mais de 28 anos de prisão e multa. O delegado Ricardo Hallack, que sucedeu Álvaro Lins no comando da Polícia Civil do Rio, também foi condenado por formação de quadrilha e corrupção passiva, com pena de sete anos e nove meses de prisão e multa.
Além da prisão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio teve confiscados quatro apartamentos, todos na zona sul do Rio. Segundo a sentença, os imóveis foram comprados com fins de lavagem de dinheiro.
O juiz da 4ª Vara Federal Criminal ainda condenou um grupo de oito policiais com penas que variam de 3 a 11 anos de reclusão. O processo foi instaurado a partir das investigações da Operação Gladiador, desencadeada pelo Ministério Público Federal do Rio e pela Polícia Federal a partir da quebra de sigilo fiscal de Álvaro Lins e de investigações posteriores de documentos colhidos pela PF.
Na sentença, o magistrado proibiu Garotinho – que concorre a uma vaga de deputado federal pelo PR – de exercer cargo ou atividade pública, incluindo mandato eletivo, durante a duração da pena.
Em seu blog de campanha, Garotinho divulgou nota classificando a decisão judicial como “perseguição” a ele e sua família e disse estranhar o fato de a decisão ser divulgada próxima da eleição. No texto, assinado por ele, o ex-governador afirmou que vai recorrer da sentença, considerada “absurda”, e garante que a decisão não impede sua candidatura.
Os outros condenados são: Alcides Campos Sodré Ferreira (cinco anos e nove meses de prisão, por corrupção passiva); Daniel Goulart (dois anos de reclusão, por formação de quadrilha); Fábio Menezes de Leão (quatro anos e meio de prisão, por corrupção passiva); Francis Bullos (quatro anos e meio de prisão e multa, por lavagem de bem) ; Luciana Gouveia (três anos de reclusão e multa, por lavagem de bem); Mario Franklin Leite de Carvalho (11 anos e três meses de prisão e multa, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de bem); Ricardo Hallak (sete anos e nove meses de prisão e multa, por formação de quadrilha e corrupção passiva); e Sissy Toledo de Macedo Bullos Lins (três anos e dez meses de prisão, por lavagem de bem).