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Postado em: 21/01/2021 - 14h43 | Redação

Falta de governo dificulta plano de vacinação contra covid-19

A vacinação contra covid-19 no Brasil foi tema de uma live realizada ontem (20), com a participação de ex-ministros da Saúde e da empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, que tem se destacado por defender políticas de combate as desigualdades.

O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Nelson Teich, que permaneceu menos de 20 dias no cargo,  revelou sua preocupação sobre a capacidade do governo de implantar um plano de vacinação eficiente. “Tem de ter estratégia, planejamento, liderança, coordenação, formação, execução boa e comunicação. Se você falhar em uma delas – principalmente se falhar muito –, vai ter dificuldade. A covid é uma doença que sobrecarregou todos os sistemas de saúde do mundo e vai sobrecarregar nosso PNI também. Não podemos subestimar a dificuldade que vai existir”, alertou.  Teich lembrou ainda que nos últimos dois anos o país não conseguiu nem bater a meta de vacinação contra sarampo.

Artur Chioro, que esteve à frente da Saúde durante o governo Dilma Rousseff, destacou os erros cometidos pelo Brasil no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus e os riscos que o país corre de ficar para trás. “Uma crise política gerada por um presidente absolutamente descomprometido com a vida, com a responsabilidade, com a condução do que nós temos a viver.”

O ex-ministro critica as decisões tomadas desde o início pelo governo Bolsonaro. “O Brasil se encontra profundamente atrasado, despreparado”, avisa. “Desdenhamos do fundo global. Poderíamos ter reservado até 212 milhões de doses do consórcio liderado pela Organização Mundial de Saúde. Por questões ideológicas, estreiteza, descompromisso, ficamos no final da fila e somente para 10% da população. Apostamos todas as fichas numa única vacina. Jamais num país super populoso poderíamos ter cometido erros tão crasso de planejamento.” O ministro lamenta. “Dadas as condições vigentes não conseguiremos garantir cobertura vacinal suficiente pro controle da pandemia no nosso país antes do final do ano que vem. O que colocará o Brasil no fim da fila da retomada da normalidade com custos políticos, sociais, econômicos e sanitários terríveis.”

Trajano defende SUS

A empresária Luiza Trajano concordou com as críticas mas ponderou que é hora de  “acudir”. “A única forma é a sociedade se unir e achar alternativas”, disse.

Luíz também elogiou o SUS: “temos a saúde pronta, o que está na Constituição é perfeito. É o maior sistema de saúde do mundo e precisa funcionar. Ter gestão, digitalização. Funcionar como uma coisa do Estado e não uma coisa política”.

Ao fim de sua participação, Luiza agradeceu Alexandre Padilha e Chioro “por tudo que vocês fizeram pelo SUS” quando ministros. A empresária afirmou que o SUS é a “joia da coroa”. E antecipou que a associação Mulheres do Brasil, que também preside, prepara uma grande campanha de publicidade para ressaltar a importância da rede de saúde pública e resgatar a imagem da instituição junto à população.

O ex-ministro Alexandre Padilha, responsável pela promoção da live, lembrou que para abraçar a vacina tem de ter vacina. “Com vacina e um plano de ação é possível em três meses vacinar 80 milhões de brasileiros antes de começar o outono e o inverno, quando vai ter crescimento (de casos) ainda maior.”

*Com informações da Rede Brasil Atual