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Postado em: 07/03/2005 - 08h00 | Redação

Esta é a química perfeita: Unidade

Trajetória dos químicos e plásticos de São Paulo tem relação direta com a
história do sindicalismo e a história recente do país.

Seria impossível explicar o processo de unificação do Sindicato dos Químicos
com o Sindicato dos Plásticos sem falar da vitória da chapa de oposição,
pró-CUT, em 1982.

Como todos sabem, em 2002, Químicos e Plásticos de São Paulo comemoraram duas
décadas de atuação sindical combativa, valorizando acima de tudo seu compromisso
com o trabalhador. Para celebrar a data a direção do Sindicato promoveu uma
extensa programação, da qual fizeram parte muitos eventos, palestras, exposição
de fotos, debates, e até o lançamento do livro A química da cidadania.

A retomada do Sindicato dos químicos, em 1982, e dos plásticos, em 1985,
significaram mais um impulso pela democratização do país. Na prática o processo
de unificação dessas duas categorias, foi impulsionado a partir das suas
memoráveis campanhas salariais. Competência, união e dedicação da categoria
foram essenciais nas lutas ao longo das muitas campanhas salariais e outros
desafios nessa trajetória de pouco mais de duas décadas.

Duas grandes conquistas, em 1985, contribuíram para o processo de unificação:
primeiro, a definição de uma única data base para as duas categorias e, em
seguida, a conquista da redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas
semanais.

Congresso da Unificação

O 1º Congresso Unificado dos químicos e plásticos de São Paulo, com data
marcada para acontecer em setembro de 1993, contou com um processo de preparação
e debates na sede e subsedes do Sindicato. Participaram das plenárias e reuniões
regionais mais de 1.200 trabalhadores da categoria. Esses encontros produziram a
proposta final, a tese aprovada por unanimidade pelos 274 delegados presentes ao
Congresso. O evento consolidou a reunificação das duas categorias, que até 1954
faziam parte do mesmo Sindicato. Um passo significativo rumo ao modelo de
organização defendido pela CUT e pela diretoria do Sindicato.

É, com toda certeza, um dos maiores exemplos de exercício da democracia na
prática sindical, já que em todo o processo foi assegurado o mais amplo direito
de manifestação e apresentação de propostas de todas as correntes de pensamento
do sindicalismo, então representado na base sindical da categoria.

Campanha Salarial / 94

Formalmente unidos, a campanha salarial de 1994 foi especial. Depois de uma
grande carreata, em 30 de setembro daquele ano, pela Avenida Paulista, químicos
e plásticos preparam uma semana de lutas que desestabilizou a bancada
patronal.

Entre os dias 17 e 21 de outubro assembléias, atos, manifestações e protestos
nas portarias das empresas foram organizadas. Tudo isso para fortalecer a
primeira campanha salarial depois da unificação dos Sindicatos.

Além das reivindicações salariais, a categoria também luta para avançar nas
cláusulas sociais do acordo coletivo, como: democracia no local de trabalho,
redução da jornada de trabalho, garantia de emprego, salário aos acidentados no
trabalho e igualdade entre homens e mulheres.

Sob o título Patrões fogem da mesa em plena negociação, matéria do Sindiluta
Plastiluta relatou que a bancada patronal se recusou a aceitar a proposta
apresentada pelos trabalhadores e abandonaram a mesa de negociação, dia 31 de
outubro, na Fiesp. O caminho escolhido pela categoria foi organizar a greve.

Como forma de garantir a retomada das negociações e pressionar os empresários
para fazer avançar as conquistas de 330 mil Químicos e Plásticos do Estado de
São Paulo, já que esta campanha salarial era unificada com categorias do ramo
químico em nível estadual, as direções sindicais apresentaram em assembléia a
proposta de que os trabalhadores parassem as máquinas.

Em nova assembléia, realizada dia 18 de novembro, a proposta do sindicato
patronal durante as negociações não apresentou nada de novo. Então os
trabalhadores tomaram a decisão de aprovar o Acordo e ir à luta por empresa para
garantir mais avanços nas conquistas. Na prática, a campanha salarial continuou
em cada fábrica. E nas mobilizações e lutas por empresas, na chamada negociação
direta, foi possível avançar.


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de
10/09/2004