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Postado em: 19/06/2013 - 15h05 | Hora do Povo, via CUT

Enquanto número de passageiros aumentou 80% na capital paulista, a frota diminuiu

O aumento da tarifa do transporte coletivo na cidade de São Paulo nos últimos oito anos acompanhou um ritmo intenso de diminuição da frota e aumento do número de passageiros. Os dados a seguir, da Secretaria de Transportes da cidade e compilados por reportagem do portal R7 mostram que é mais gente pagando mais, por uma qualidade cada vez menor.

De 2004 a 2012, o valor arrecadado com o pagamento da tarifa passou de R$ 3,3 bilhões – valor já corrigido pela inflação do período – para R$ 4,5 bilhões. Isso significa um aumento real de 30%.

No ano de 2004, 1,6 bilhão de passageiros giraram as catracas do coletivo. Esse número disparou nos anos seguintes, em especial, após a adoção do bilhete único, que permitiu integração gratuita por determinado período. Em 2012, o número de passageiros bateu os 2,9 bilhões.

Desta forma, os ônibus passaram a transportar cerca de 80% mais usuários em 2012 que em 2004, à medida que hoje são 13,9 mil coletivos, ante 14,1 mil em 2004.

A discrepância entre os dados do transporte público que parecem acompanhar leis de oferta e procura do mercado, anulam qualquer argumento. Ainda assim, mesmo se a qualidade estivesse perto do que se espera, o trabalhador ainda pagaria mais de 30% do salário mínimo com transporte público por passagem de ida e volta.

O argumento de que o reajuste de R$ 0,20 é baixo (6,7%), por conta da inflação do período em que não ocorreu reajuste que foi de 15%, também não é verdadeiro. O preço da tarifa superou em 60% a inflação nos últimos 18 anos. A tarifa é a mais cara entre as capitais do Brasil.

Além das maiores tarifas do país, a passagem de ônibus em São Paulo é bem maior que em outras grandes capitais do mundo, como Buenos Aires, por exemplo. Lá, o metrô custa em pesos o equivalente a R$ 1,00 no metrô e R$ 0,50 no ônibus, conforme demonstrou em nota a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES).

INSATISFAÇÃO

Não é à toa que, em meio a mobilizações gigantescas na cidade pela redução da tarifa que passou de R$ 3,00 para R$ 3,20, pesquisas apontam recordes de insatisfação.

Pesquisa realizada pelo Datafolha mostra que insatisfação já é maior que em 26 anos de pesquisa, com 55% dos entrevistados considerando o transporte público ruim ou péssimo.

A mais emblemática delas foi a enquete realizada pela Bandeirantes na última quinta-feira, durante o programa Brasil Urgente. Indagados se eram a favor dos protestos com “baderna”, mais de 2300 espectadores responderam que “sim”, enquanto que o “não” teve cerca de 1000 votos. A tentativa do apresentador José Luiz Datena de mudar de lado durante o programa reflete bem como está se portando a direita com relação aos protestos.