Em São Paulo, movimentos pedem constituinte para reforma política
Membros de diversos movimentos sociais se reuniram ontem (4) na Avenida Paulista, em São Paulo, para levantar a bandeira em prol da convocação de um plebiscito popular para a reforma política – por meio da instalação de uma Assembleia Constituinte soberana e exclusiva. Apesar da adesão da presidenta Dilma Rousseff à iniciativa, o Congresso já demonstra resistência à proposta e sugere a realização de um referendo sobre a questão – contrariando as 7,7 milhões de assinaturas favoráveis à medida, recolhidas entra a população.
“A questão central é que haja uma constituinte para que as regras do jogo sejam efetivamente mudadas. A polêmica entre referendo e plebiscito cria uma confusão na cabeça das pessoas, parece que tanto faz, desde que os eleitores possam opinar. Para nós, porém, é essencial que a reforma política não seja feita por lei ordinária, porque com esse Congresso, eleito com essa forma de financiamento, as mudanças estruturais que reivindicamos estão fadadas ao fracasso”, explicou Paola Estrada, membro da Consulta Popular e da Coordenação Nacional do Plebiscito Constituinte. “O Congresso só vai atender a essa reivindicação se fizermos muita pressão. A história mostra que há um processo dinâmico entre os movimentos sociais e a lógica do Congresso”, defendeu, classificando o atual quadro de deputados federais como um “dos mais conservadores desde a ditadura”.