Em defesa da Petrobras e de seus Trabalhadores e Trabalhadoras
O titulo desta matéria faz eco à campanha lançada em 1948: O Petróleo é nosso! A campanha, vitoriosa, buscou manter a exploração do petróleo apenas nas mãos de brasileiros e brasileiras como monopólio do Estado pois o capital estrangeiro não iria desenvolver nossas reservas em nosso beneficio.
Foi assim até o governo de Fernando Henrique que abriu ao capital externo a exploração do petróleo, obrigando a Petrobras a concorrer com as empresas estrangeiras depois de uma tentativa frustrada de privatizá-la.
Com a descoberta das grandes reservas do pré-sal, o petróleo de águas profundas, nos deslumbramos com a perspectiva de grandes riquezas, mas também nos preocupamos com a cobiça internacional. Os Estados Unidos, de imediato, recriou a sua 4ª Frota, no Atlântico Sul: coincidência? Muitos já esperavam o momento em que “marines” norte-americanos desembarcariam em nossas costas, como tantas vezes aconteceu em outros países produtores do petróleo.
Pois bem, esse momento chegou! Não com tropas armadas, mas a Petrobras está sob o mesmo ataque. O ataque é mais sutil: o poderoso capital estrangeiro conta com seus aliados na grande imprensa, que adora denegrir o Brasil, e com os vende-pátrias, que se esmeram em servir a seus patrões.
A corrupção, que deve ser investigada e seus responsáveis punidos, não pode servir de fachada para a operação de desmonte da Petrobras e de toda uma cadeia produtiva de petróleo e gás construída a duras penas por nossos trabalhadores e trabalhadoras.
Com todo esse ataque, a Petrobras mostra sua força: são mais de 86 mil trabalhadores e trabalhadoras e quase 800 mil acionistas! São 134 plataformas produzindo 2 milhões e quinhentos mil barris equivalentes de óleo por dia. A empresa conta com uma reserva provada de 16,57 bilhões de barris, reservas que continuam crescendo com novas descobertas a cada dia.
São essas riquezas que despertam a voracidade do grande capital que vê na desmoralização da empresa o caminho para se apossar dela. Querem mudar o sistema de partilha do petróleo revogando a nova lei. E querem ocupar o lugar das empresas brasileiras na cadeia produtiva do petróleo e do gás. Sem opções para investir seu capital, investem contra nossas riquezas!
É chegada a hora de dar uma basta nisso! A corrupção está sendo combatida com instrumentos criados pelos governos populares: não somos coniventes com ela. Mas vamos defender com vigor nossas riquezas e nossos empregos.
Apoiemos a campanha e o manifesto em defesa da Petrobras que serão lançados no dia 24 de fevereiro próximo no Rio de Janeiro e as manifestações que ocorrerão em todo o Brasil em 13 de março próximo.
A defesa da Petrobras, de nossas riquezas e do futuro do Brasil está em nossas mãos!
*Lucineide Varjão Soares, presidente da CNQ – Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT