Dória insiste com o volta às aulas
Mesmo com o grande avanço da pandemia no Estado de São Paulo e com algumas cidades retrocedendo para a fase vermelha (a pior fase), o governo Dória insiste com o volta às aulas.
O Tribunal de Justiça de São Paulo derrubou na última semana a liminar que havia suspendido o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas de todo o estado. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) disse que irá recorrer da decisão.
O Sindicato realizou uma pesquisa no ano passado para verificar o real estado das unidades escolares para uma possível volta às aulas presenciais e constatou que para seguir as determinações da OMS (Organização Mundial da Saúde) quanto ao número de alunos por sala de aula (20 no máximo), O Estado deveria realizar uma estupenda reforma em todas as suas 5.681 unidades. O que até hoje não foi feito.
Hoje, 93,4% das unidades ultrapassam o limite de 20 alunos: 51% delas têm mais de 30; e 17,6% têm mais de 35 alunos (quase o dobro). As escolas não oferecem iluminação, ventilação, banheiros, pias, torneiras, cestos de lixo, quadras esportivas e 99% delas não têm ambulatórios ou enfermarias. Um cenário degradante que abriga 3,8 milhões de alunos, 343,7 mil professores e 74,3 mil trabalhadores da educação da rede estadual (ensino médio e fundamental). Ao todo, as três redes públicas (estadual, municipal e federal), contam com mais de 8 milhões de pessoas aglomerando-se num transporte público mal equipado e já superlotado.
Para o Sindicato, incluir os professores no grupo prioritário de vacinação é reconhecer a vulnerabilidade do setor diante da pandemia. “É perfeitamente possível os professores, diferentemente, dos trabalhadores da saúde, realizar seus trabalhos de forma remota”, diz a professora Bebel, presidente do Sindicato.