Dilma é eleita a 1ª mulher presidente do Brasil
Dilma Rousseff (PT) está eleita presidente do Brasil. A informação foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 20h14. Após 39 homens, ela será a primeira mulher a ocupar o cargo em toda a história brasileira.
Com 99,99% das urnas apuradas, ela alcança 55,7 milhões de votos, ou 56,1% do total. José Serra (PSDB), candidato da oposição, soma 43,7 milhões milhões de votos (43,9%). Faltam ser apurados 20 mil sufrágios.
Apesar de alcançar um percentual menor do que o de seu principal cabo eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma é eleita com um número de votos superior ao alcançado em 2002. O crescimento do eleitorado explica o fato. Ela também supera em números absolutos e em percentuais as duas eleições de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994 e 1998.
Como faltam ainda votos a serem apurados, ela pode superar Lula em 2006 como presidente eleita com mais apoiado da história (o atual mandatário do país teve 58 milhões de votos ao se reeleger). A finalização da apuração no TSE está prevista ainda para este domingo. Abstiveram-se 21,5% do total – 3,4 pontos percentuais a mais do que no primeiro turno, quando 18,1% deixaram de comparecer às urnas. Votaram em branco 2,3% e nulo 4,4%.
Com a confirmação, Dilma Rousseff torna-se a primeira mulher eleita para ocupar a Presidência do Brasil. Ela deve assumir o cargo em 1º de janeiro. A campanha foi marcada por fortes ataques entre os candidatos, com pronunciado papel para os veículos da velha mídia – jornais e revistas de maior tiragem e as principais redes privadas de televisão. Houve ainda um volume intenso de boatos circulando.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) declarou à Rede Brasil Atual em Brasília que prevê relação mais fácil de Dilma com Congresso Nacional, comparado com o que ocorreu nos dois mandatos de Lula. Ex-líder do governo Lula na Câmara, Fontana acredita que no começo do mandato será possível aprovar reformas política e tributária.
Para enfrentar os desafios da gestão, ela deve ter maioria no Congresso Nacional, já que partidos aliados conquistaram maioria simples das cadeiras. Isso não significa, porém, que partidos como o PMDB permitirão uma vida tranquila para a futura presidente, já que se trata de uma legenda heterogênea.