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Postado em: 20/04/2011 - 10h30 | Redação

Dia Internacional de Luta das Mulheres

Dirigentes participam da atividade das mulheres em Santo AmaroTodos os anos, o Sindicato faz atividades em homenagem ao Dia Internacional de Luta das Mulheres. Dessa forma, reforçamos a importância da igualdade de direitos e podemos refletir sobre as dificuldades dessas conquistas. Esse ano, a atividade aconteceu no domingo, dia 13 de março (a atividade não aconteceu no dia 8 em decorrência do Carnaval), na Subsede de Santo Amaro e mais de 100 companheiras compareceram.

 
A atividade teve a apresentação do filme “Eternamente Pagu” (dirigido por Norma Bengell). Pagu foi uma importante autora brasileira que, no fim década de 1920, participou do Movimento Modernista brasileiro. Sempre escandalizou a sociedade pelo seu comportamento considerado impróprio para as mulheres da época, como fumar e falar alto em público. Nos anos 1930 entra para o Partido Comunista, onde ajuda a organizar uma greve de estivadores em Santos e é presa pela primeira vez. É a primeira mulher presa por motivos políticos do Brasil. Em 1935 é novamente presa e torturada, ficando na cadeia por 5 anos.
 
Depois da exibição do filme, as participantes debateram sobre a dificuldade das mulheres em ampliar seus direitos e diminuir os preconceitos. Segundo Célia Passos, dirigente do Sindicato e coordenadora da Secretaria de Gênero, “é importante que as companheiras percebam que a nossa luta já vem de muito tempo e que muitas das dificuldades encontradas por Pagu ainda existem para nós. É uma luta histórica, mas da qual não podemos desistir”.
 
Para Jaqueline Souza da Silva, dirigente do Sindicato, é importante que as trabalhadoras que estão no movimento, reivindicando por igualdade de direitos, saibam que essa luta tem uma origem muito antiga. “Tudo que já conquistamosé resultado de anos de luta e do esforço de muitas outras companheiras”, afirma Jaqueline.
A atividade ainda teve uma declamação de textos sobre outras mulheres importantes na história: Margarida Alvez, Chiquinha Gonzaga, Olga Benario, Maria Bonita, Maria da Penha, Anastácia, Iara Lutz, Tia Ciata e Dilma Rousseff. Cada uma delas se destacou em sua época pela sua luta, seja na política, por melhores condições de trabalho, ou por se destacar em sua área de atuação.
 
O encerramento da apresentação citou Dilma Rousseff. A sua vitória é vista como um avanço contra o preconceito. “Conseguimos provar que as mulheres podem ter cargos de alta responsabilidade. Esperamos que com ela no poder o preconceito contra as mulheres em ambiente de trabalho seja menor e que Dilma, como presidente, lute pela ampliação dos direitos das mulheres”, disse Célia.
 
Ato político
 
Além da atividade organizada, o Sindicato participou de um ato político, que aconteceu no sábado, dia 12. A manifestação foi organizada por Movimentos Sociais e pela CUT e nem a chuva impediu que mais de 5 mil mulheres participassem.
 
A manifestação tinha como principais motes esse ano a Redução da Jornada de Trabalho e o direito à creche. Mas essas reivindicações não são para que a mulher tenha mais tempo para a dupla jornada, com o trabalho doméstico. Esse tempo livre deve ser utilizado também para o seu lazer e estudos. É preciso discutir a igualdade entre mulheres e homens, além do local de trabalho, também em casa.
 
A mudança de mentalidade é muito importante para que atos de violência ou discriminação parem de acontecer. Para que isso aconteça, é preciso ampliar o debate, não se apoiar apenas no Dia Internacional de Luta das Mulheres, mas combater a violência doméstica (a cada 2 minutos, 5 mulheres são agredidas) e a diferença salarial entre trabalhadoras e trabalhadores (em média, as mulheres recebem 30% a menos que os homens).
 
Encontro Mundial discute lutas e conquistas das mulheres
 
Dirigentes no encontro da ICEMEntre os dias 23 e 25 de março aconteceu a Conferência Mundial de Mulheres da ICEM (Federação Internacional dos Trabalhadores da Química, Energia, Minas e Indústrias Diversas), em Sevilha, Espanha. Participaram 230 delegadas de 47 países, entre elas, a delegação brasileira contou com 3 dirigentes do Sindicato: Célia Passos, Elaine Blefari e Lucineide Dantas. A conferência, o maior encontro desse tipo até hoje, tinha como tema “Sonhos e Conquistas”.
 
Durante a atividade, foi anunciada a unificação da ICEM com a IMF (Federação Internacional de Metalúrgicos) e a ITLGLWF (Federação Internacional de Têxteis, Vestuário e Coureiros), criando uma federação unitária mundial de trabalhadores e trabalhadoras. Dessa forma, a luta pelos direitos será ampliada e terá ainda mais força.
 
Além disso, o encontro marcou o lançamento de duas importantes campanhas: pelo fim da violência contra as mulheres da República Democrática do Congo e pelo uso da camisinha feminina como forma de combate à HIV/ AIDS. Além disso, discutiu-se muito sobre a luta pela igualdade entre gêneros.
 
A delegação brasileira fez uma apresentação sobre a situação da mulher na sociedade e no mercado de trabalho. Segundo Célia Passos, coordenadora da Secretaria de Gênero, é muito importante a participação de atividades como essas. “Além de compartilharmos nossas experiências, entramos em contato com diferentes realidades e podemos aprender com as outras delegações.”
 
Como surgiu o Dia Internacional de Luta das Mulheres
 
No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos organizaram uma greve. Suas reivindicações eram: a Redução da Jornada para 10 horas diárias (a jornada era de 16 horas), igualdade de salários com os homens (as mulheres chegavam a ganhar 3 vezes menos que os homens) e tratamento digno no local de trabalho. A manifestação foi fortemente reprimida e mais de 100 mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada em seguida. Mais de meio século depois, em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que dia 8 de março seria o Dia Internacional da Luta das Mulheres, como uma homenagem a essas trabalhadoras que morreram enquanto lutavam por igualdade de direitos e qualidade de vida no trabalho.