Desemprego atinge mais mulheres do que homens, diz relatório da OIT
Estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que as mulheres são mais afetadas pelo desemprego que os homens. Em 2012, a taxa de desemprego atinge 6,4% das mulheres, taxa 0,6 ponto percentual maior que a do desemprego entre os homens, de 5,8%. Ainda de acordo com o relatório, a tendência é que essa diferença se mantenha assim pelos próximos cinco anos.
Segundo o estudo da OIT, a previsão para 2017 é que as mulheres sigam com 6,4% de desemprego no mundo, e a taxa dos homens deve cair um pouco, para 5,7%.
O relatório indica que mais de 200 milhões de pessoas com mais de 15 anos de idade estão desempregadas no mundo. O desemprego mundial saltou de 5,5% em 2007 para 6,0% em 2012. Nos últimos cinco anos, houve um grande aumento no desemprego nos países de economia avançada e na União Europeia, saltando de 5,8% em 2007 para 8,6% em 2012. Entre as mulheres, as maiores taxas se encontram no Oriente Médio (18,2%) e no Norte da África (19,1%).
“Embora as mulheres contribuam para a economia e a produtividade em todo o mundo, continuam enfrentando muitos obstáculos que lhes impedem realizar seu pleno potencial econômico. Isto não somente inibe as mulheres, mas também representa um freio ao rendimento econômico e ao crescimento”, declarou Michelle Bachelet, diretora-executiva da ONU Mulheres, que contribuiu com o relatório.
Nas economias avançadas, a crise parece haver afetado aos homens nos setores que dependem do comércio mais do que as mulheres que trabalham em saúde e educação. Nos países em desenvolvimento, as mulheres foram particularmente afetadas nos setores relacionados com o comércio.
De acordo como estudo, 36,4% das mulheres do mundo trabalham na agricultura, 16,2% com indústria e comércio, e 47,4% no setor de serviços. Nos países de economia avançada, 86,4% das mulheres estão no setor de serviços. Na América Latina, este índice é de 77,7%.
“As políticas destinadas a reduzir as disparidades de gênero podem melhorar
significativamente o crescimento econômico e os níveis de vida. Nos países em
desenvolvimento podem contribuir de maneira considerável com a redução da pobreza”,
afirmou José Manuel Salazar-Xirinachs, Diretor Executivo para Emprego da OIT.
Em relação ao Brasil, o relatório indica que 80% homens trabalham, enquanto a taxa de emprego das mulheres é de 60%.
O relatório afirma que o investimento em capacitação e educação para as mulheres, além de políticas públicas de maior acesso ao emprego poderão contribuir para mudar esta realidade. A OIT sugere que os governos busquem medidas para oferecer mais infraestrutura de água, saneamento e transporte, assistência para as crianças e políticas que garantam licença-maternidade remunerada para as mulheres.