CUT é contra a exploração do voluntariado durante eventos da Copa
Para a Central Única dos Trabalhadores, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, que o Brasil vai sediar este ano e em 2014, respectivamente, são eventos estratégicos para o País avançar, investir em infraestrutura, transporte e mobilidade urbana e, sobretudo, para gerar renda e emprego decente.
O balanço financeiro da FIFA referente à Copa do Mundo de 2014 revela que o evento já rendeu, só no ano passado, cerca de R$ 1,6 bilhão para a entidade – cerca de R$ 68 milhões de lucro. Com os bilhões de dólares em lucro que a entidade vai acumular até a realização dos eventos, é injustificável a contratação de cerca de 50 mil voluntários/as sem remuneração, com jornada de seis a dez horas por dia, sem possibilidade de assistir aos jogos, durante vinte dias corridos. Essa proposta não pode ser tolerada, muito menos incentivada pelos governos e por entidades que representam parcelas significativas da juventude.
O trabalho voluntário é importante quando realizado em entidades sem fins lucrativos e a própria Legislação brasileira proíbe que entidades que realizam eventos lucrativos, como a Copa, explorem o voluntariado. Contudo, à revelia da indignação de diversos setores da sociedade, que se manifestaram contra, a Lei Geral da Copa sobrepôs-se e desrespeitou esta e diversas outras garantias legais duramente conquistadas pela classe trabalhadora brasileira.
Apoiar o voluntariado neste caso significa estimular o lucro fácil e prejudicar milhares de jovens e o país. No primeiro caso, porque vagas de empregos renumerados deixarão de ser criadas. No segundo porque, sem trabalho remunerado parte do lucro que poderia ficar circulando no Brasil, irá diretamente para os cofres da FIFA e das multinacionais, que terão, ainda, isenção de impostos para transações financeiras. Neste sentido, a CUT critica veementemente o uso de mão de obra voluntária nesses dois eventos esportivos.
O Brasil é o único país do mundo que aprovou uma Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude, fruto de discussões entre o governo, organizações de empregadores, de trabalhadores e entidades juvenis. A CUT foi protagonista na construção desta agenda e seguirá firme na defesa do direito da Juventude em ter trabalho decente.
Somos fortes, somos CUT.