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Postado em: 27/02/2009 - 15h50 |

Crise legítima: comando permanente do Estado sobre sistema financeiro

Talvez o elo mais importante entre a crise atual e a de 29 esteja no seu DNA político, não no leque de dinâmicas e desdobramentos específicos a cada época.

Ao contrário de trazer algum conforto, esse diagnóstico pode ser tão devastador para os oráculos do Estado mínimo. E para governantes que mal ou bem ainda se movem nos limites dessa ideologia, quanto à derrocada financeira em marcha. Um a um, todos os principais ícones financeiros erguidos pelo livre mercado americano e europeu no pós-guerra tombam ou balançam perigosamente. Como um imenso João-bobo, eles já não conseguem mais ancorar a ordem mundial, tampouco oferecer um horizonte de previsibilidade ao cálculo econômico, sequer esboçar uma esperança de futuro à sociedade.

Carta Maior – Nada do que façam ou já fizeram terá tanto impacto quanto às respostas dos governantes à crise?

Fernando Ferrari – A turbulência dos últimos meses ensina mais sobre a economia e o capitalismo do que bibliotecas inteiras da gororoba monetarista vendida pelos jornais nos últimos 30 anos. Nisso ela se presta como um show-room das barbáries permitidas em nome do livre mercado. A preferência mórbida pela liquidez, que desloca recursos econômicos da esfera produtiva para a especulação, é uma delas. Na ‘bonança’ recente, fundos hedges fixavam em 25% ao ano o retorno do capital parasitário induzindo assim a uma espiral de adesões urbi e orbe em diferentes versões (downsinzing, reengenharia produtiva; privatizações; corte na ‘gastança social’; extinção de direitos trabalhistas; demonização da esquerda e dos sindicatos etc)

Na reversão pânica do ciclo o mundo sufoca enquanto a auto-regulação expele golfadas de descontrole e demissões em massa. Substituir imperativamente os pólos desse pêndulo é um requisito para seccionar os canais de transmissão que originam e realimentam a dinâmica da entropia. Essa é a tarefa mais importante dos governantes nesse momento.

Veja a entrevista completa na página da agência carta Maior:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15738