Contra crise, Dilma sugere incentivos ao crescimento
A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem a combinação de medidas de austeridade fiscal e de incentivo ao crescimento econômico como receita para superar a atual crise econômica global.
A responsabilidade fiscal é tão necessária quanto são imprescindíveis as medidas de estímulo ao crescimento – disse a presidente durante discurso no “Fórum pelo progresso social: o crescimento como saída da crise”, organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean Jaurès, em Paris. – É muito importante a posição da França nesse momento no sentido de apresentar um caminho claro que combine os dois aspectos fundamentais.
A presidente, que está em visita oficial à França, também defendeu a criação de uma “efetiva união bancária” na zona do euro como passo fundamental para superar a crise econômica na região, e alertou que cortes radicais de gastos que gerem uma recessão econômica podem agravar a crise, em vez de resolvê-la.
A recessão econômica e a desordem fiscal tiveram para nós consequências sociais e políticas muito graves – afirmou. – O Brasil sabe, por experiência própria, que a dívida soberana dos Estados e as dívidas financeiras dificilmente são equacionadas num cenário de recessão.
Dilma garantiu que o Brasil tem feito sua parte para combater a crise internacional e tem buscado estimular a expansão da economia, com desonerações de impostos e reduzindo a taxa básica de juros, o que, na avaliação da presidente, tem evitado uma valorização excessiva do real.
O meu país vem fazendo a sua parte, o que nos permitiu desde o início de 2008 diminuir os efeitos da crise global – afirmou. – A nossa contribuição nos próximos meses será uma maior aceleração da economia.
A economia brasileira frustrou as expectativas do governo e do mercado ao crescer apenas 0,6% no terceiro trimestre ante o trimestre imediatamente anterior.