Congresso Internacional reúne sindicalistas na Alemanha
No último dia 18 de maio, 1500 sindicalistas, de 161 países, se reuniram para a abertura do III Congresso da Confederação Sindical Internacional (CSI), em Berlim, Alemanha. Sob o lema “Reforçar o poder dos trabalhadores”, o presidente da CSI, Michel Summer, em seu discurso, enfatizou o poder de unidade e mobilização que o movimento sindical possui para derrotar a crise da globalização neoliberal e arrancou aplausos do público. “Vemos hoje muitos países serem submetidos às regras do mercado financeiro. Temos muitos governos que capitularam e assinaram acordos de livre comércio que acabam com a soberania nacional. Nós estamos aqui para afirmar que os Estados têm de ser soberanos diante das multinacionais e de seus interesses”, destacou o presidente.
Summer também apontou o agravamento da crise, representado por 60 milhões de trabalhadores que vivem na linha da pobreza. A política de austeriadade adotada por alguns governos, segundo o dirigente, agride a negociação coletiva, o sistema público de seguridade social e empurra milhões de pessoas em direção à escravidão – resultado, ainda, de uma economia dominada por especuladores financeiros; oligarquias de Wall Street, Londres e Hong Kong. Finalizando sua participação, Summer solidarizou-se com os mortos no acidente que vitimou mais de 300 mineiros na Turquia e ressaltou a importância de existirem sindicatos para setores formais e informais que, unidos, lutem por um regime democrático que sirva às pessoas. “A voz dos trabalhadores precisa ter mais peso, porque a desigualdade aumentou muito nos últimos dez anos no mundo. O contrapeso é um movimento sindical forte”, decretou Frank Walter Streunmeier, ministro de Relações Exteriores da Alemanha.
João Antônio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT e candidato à presidência da CSI, declarou que as falas no primeiro dia do evento serviram para demarcar a “luta constante entre capital e trabalho que extrapola a questão nacional, que diz respeito à manutenção e ampliação de direitos, à valorização, salarial, à construção da justiça social, com afirmação de políticas públicas e de distribuição de renda”. Diante desse quadro, o sindicalismo é a força política que pode, e deve, pressionar organizações em defesa das reivindicações que proporcionem condições decentes aos trabalhadores, enfrentando os interesses daqueles que dominam o capital mundial.