Com liberdade total para o mercado, quem atende aos pobres?
O mundo está complicado. Essa é a primeira frase que o historiador britânico Eric Hobsbawm, autor de “Rebeldes Primitivos”, “A Era da Revolução” e a “História do Século XX”, entre outros livros, menciona ao ser perguntado sobre a crise econômica atual. Segundo ele o mundo está entrando em um período de depressão e os grandes riscos, diante da fragilidade da esquerda mundial, são o crescimento da xenofobia e da extrema-direita.
“A crise global que começou no ano passado é, para a economia de mercado, equivalente ao que foi a queda do Muro de Berlim em 1989. Ao mesmo tempo, está claro que não só não é possível como não é desejável uma economia socialista sem mercado nem uma economia em geral sem Estado.
Hobsbawm, prestes a completar 92 anos, sempre se definiu com um homem de esquerda e para ele não há dúvida alguma de que os problemas principais, sobretudo no meio de uma crise profunda, devem e podem ser solucionados pela ação política “O mercado não tem condições de fazê-lo” critica.
Ao ser questionado sobre a posição política da América Latina, o historiador fala sobre sua admiração pelo presidente Lula “Ele ampliou enormemente os serviços sociais e a distribuição. Lula é o verdadeiro introdutor da democracia no Brasil, que é um país onde há muitos pobres, e ninguém jamais fez tantas coisas concretas por eles, desenvolvendo ao mesmo tempo a indústria e a exportação de produtos manufaturados. Por isso hoje tem 70% de popularidade”.
Veja a entrevista na íntegra na página da agência Carta Maior
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