Depois de certa euforia com as promessas do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o otimismo da população com a economia despencou. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelam que caiu de 39% para 26% entre janeiro e abril o percentual de brasileiros otimistas com a economia, considerando-se aqueles que acreditam que a situação vai melhorar nos próximos seis meses. Outros 26% consideram que a situação da economia vai estar pior daqui a seis meses, enquanto 43% acham que as condições atuais vão permanecer, expondo um cenário de pessimismo com a economia. Foram ouvidas 800 pessoas.
Na avaliação do cenário econômico, a situação não é diferente: 61% consideram o momento ruim ou muito ruim. Apenas 7% acham que a situação é boa ou muito boa. O principal motivo para isso é que 38% dos brasileiros consideram que sua própria condição financeira está ruim atualmente, contra apenas 13% que disseram estar boa. As principais preocupações daqueles que estão pessimistas com a economia do país são: o alto custo de vida, o desemprego e a queda da renda familiar. Nessa situação, o Índice de Confiança do Consumidor da CNDL caiu 4,3% em abril, ficando em 46,9 pontos.
Dados recentes do IBGE indicam que o país conta com 13,4 milhões de desempregados. Segundo a pesquisa, 67% dos brasileiros que estão trabalhando atualmente temem fazer parte desse contingente nos próximos seis meses. A maior parte dos entrevistados (39%) acredita que o cenário do emprego no país vai estar igual no próximo semestre. Outros 15% acreditam que a situação vai piorar.
A pesquisa também mostra que o crescimento inflacionário observado nos últimos meses está sendo sentido no bolso da população: 65% dos entrevistados disseram perceber que a inflação cresceu nos últimos três meses. Outros 20% disseram que permaneceu estável. Os produtos vendidos em supermercado foram aqueles em que mais se notaram o aumento dos preços, com 89% das menções. Já 84% citaram alta no valor dos combustíveis, e 85% destacaram o valor da conta de água e luz. Outros 83% citaram o preço dos remédios.