Caos no INSS: mais de 2 milhões de brasileiros na fila da aposentadoria
Os sistemas de concessão de benefícios da Previdência Social não estão devidamente ajustados às novas regras da Previdência, por isso, mais de 2 milhões de brasileiros esperam na fila da aposentadoria.
O caos é tanto que culminou com a substituição do presidente do órgão, Renato Vieira, no fim de janeiro, por Leonardo Rolim, então secretário de Previdência do Ministério da Economia. Porém, na avaliação do ex-ministro da Previdência Carlos Gabas, que é funcionário de carreira e já dirigiu a superintendência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a mudança de presidente não resolve a situação.
Segundo o ex-ministro, o número reduzido de trabalhadores do INSS, a privatização da Dataprev – com servidores em greve em quase todo o país por tempo indeterminado – e a convocação de militares sem qualificação adequada para a função só devem piorar a situação.
O INSS tem um déficit de mais de 16 mil servidores, que se aposentaram e não foram substituídos, uma situação que já vinha sendo denunciada há muito tempo. Portanto, a contratação de cerca de 7 mil militares da reserva para atender a população causa estranheza.
Além da necessidade de treinamento sobre questões complexas, como execução de leis, decretos e instruções normativas, os militares irão receber um adicional de 30% na reserva remunerada. Ou seja, os cortes implementados ao longo do ano passado com o fim único de ajuste fiscal – que prejudicou e prejudica não só a população, como também os servidores – foram inócuos, já que a contratação de militares custará R$ 14,5 milhões por mês.
O governo diz que até abril os novos prestadores de serviço já estarão treinados, e o fluxo de atendimento deve ser normalizado em seis meses. Porém, não há previsão para zerar a fila, já que cerca de 1 milhão de novos processo entram por mês.