SINDICATO NO WHATSAPP

Notícias

Voltar
Postado em: 22/01/2020 - 18h02 | Soraia Lima

Bolsonaro publica vídeo dizendo que não vai mais falar com a imprensa

Rede Brasil Atual conversar com vocês”, disse Bolsonaro, em referência a uma ação inexistente

Na manhã desta quarta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro postou em seu perfil no Twitter um vídeo no qual ignora jornalistas, se recusando a falar com profissionais da imprensa na saída do Palácio da Alvorada.

“Eu quero falar com vocês, mas a Associação Nacional de Jornalistas diz que quando eu falo, eu agrido vocês. Então, como sou uma pessoa da paz, não vou dar entrevista”, diz Bolsonaro no vídeo.

Bolsonaro se refere a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), que divulgou um levantamento em 16 de janeiro mostrando que o presidente foi responsável por 121 das 208 ocorrências de ataques a jornalistas registrados pela entidade em 2019.

De acordo com o relatório, a ascensão de Bolsonaro à presidência afetou negativamente a liberdade de imprensa no Brasil, já que, em 2019, o número de casos de ataques a veículos de comunicação e a jornalistas teve um aumento de 54,07% em relação a 2018.

No vídeo, Bolsonaro ainda diz: “Manda retirar o processo que eu volto a conversar com vocês”. No entanto, a Fenaj não entrou até agora com nenhuma medida judicial relativa aos ataques do presidente contra a imprensa.

New York Times

Nesta quarta, o jornal The New York Times publicou editorial criticando a perseguição a Glenn Greenwald e a  postura do atual governo em relação à mídia. “Bolsonaro alimenta uma repulsa por jornalistas, por desdém pessoal pela imprensa livre e também como uma maneira cínica de despertar a raiva de seus seguidores”, aponta.

“Os artigos de Greenwald fizeram o que uma imprensa livre deveria fazer: revelaram uma verdade dolorosa sobre os que estão no poder. Pungir a imagem heroica de Moro foi obviamente um choque para os brasileiros e prejudicial para Bolsonaro, mas exigir que os defensores da lei sejam escrupulosos em sua adesão a ela é essencial para a democracia”, diz ainda o editorial.