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Postado em: 14/03/2018 - 11h57 | Redação

Bolsa Dignidade de Temer acaba com programa social criado por Lula

O governo Temer estuda lançar um novo programa com o nome de Bolsa Dignidade, segundo noticiou o Estadão, em substituição ao Bolsa Família.

A ideia foi duramente criticada pela  assistente social Ieda Castro, ex-Secretária Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Segundo ela, o novo programa torna irreconhecível o Bolsa Família, criado em 2003 pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e premiado internacionalmente.      

Temer quer exigir que o beneficiário tenha filhos estagiando em empresas privadas para o recebimento do valor. “Não é uma simples mudança de nome. É uma mudança de conceito. Deslocam a transferência monetária do campo do direito para o campo da meritocracia e da moral. Quando diz bolsa dignidade implica que a pessoa que recebe tem que ser digno de receber esse benefício”, criticou Ieda.

Na opinião da ex-secretária, o Estado não quer mais reconhecer que pobreza é a expressão das desigualdades sociais. “Os condicionantes de quando foi criado o programa eram o acompanhamento escolar e médico para receber o benefício. Esse acompanhamento também implicava na obrigação do poder público promover o acesso à saúde e educação e outras políticas”, comparou a ex-secretária. 

Nos governos Lula e Dilma, as crianças que recebiam o Bolsa Família deveriam ter pelo menos 85% de frequência na escola. O governo Temer pode inaugurar uma condicionante que implicará na exclusão de beneficiários. “A economia não tem estrutura para empregar todos esses jovens que precisam. O governo está estimulando um tipo de escravidão e exploração da força do trabalho de famílias que já vivem em condições precárias no mercado de trabalho, isso quando estão no mercado”, apontou Ieda.

O Bolsa Família, lançado no governo Lula  beneficiou 13 milhões de famílias em 2013 ou cerca de 50 milhões de pessoas. Considerado o maior programa de transferência de renda do mundo, o Bolsa Família tirou 39 milhões de pessoas da extrema pobreza.  Atualmente, os beneficiários do programa recebem entre R$ 85,00 e R$ 170,00.