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Postado em: 03/05/2017 - 10h46 | Rede Brasil Atual

Atos de 1º de Maio ecoam ‘Fora Temer’ e repúdio a reformas

Os atos de 1º de Maio tornaram-se manifestações de repúdio ao governo Temer, com mais intensidade no protesto convocado pela CUT, CTB e Intersindical em São Paulo, com presença das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. Mesmo com dificuldades com o poder público municipal, os organizadores estimaram em 200 mil o número de participantes, entre a Avenida Paulista, onde o ato começou, e a Rua da Consolação, por onde seguiu uma passeata no final da tarde até chegar à Praça da República, na região central, palco de apresentações musicais, que iriam até a noite. 

Sindicalistas e ativistas responderam ao governo Temer, que teve alguns porta-vozes falando em “fracasso” da greve geral da última sexta-feira. “Fracasso é o seu Temer, é o golpe que ele deu e já está indo por água abaixo”, reagiu o coordenador da Frente Povo Sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. “Com mais de 90% de rejeição, (o governo) quer aprovar reformas infames.”

Durante a manifestação, ele afirmou que a greve de sexta tem três presos políticos, acusados de agir contra a ordem pública. “Foram presos com acusações absurdas, sem nenhuma prova. Ordem pública é o povo com casa, é trabalhador com direito. Nós é que defendemos ordem pública”, disse Boulos. Em referência a uma das acusações contra os militantes – provocar incêndio –, ele respondeu: “Se acham que vão nos intimidar, estão enganados. Agora é que vão ver o que é incêndio”.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, condenou a violência policial e citou a agressão ao estudante ante Mateus Ferreira da Silva, da Universidade Federal de Goiás (UFG), integrante do Centro Acadêmico, sexta-feira, em Goiânia. “Ele foi barbaramente espancado e gravemente ferido”, lembrou Carina. “Nós lutamos pelo futuro do Mateus e pelo direito de lutar.” E a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, destacou, além desses dois episódios, a invasão ocorrida à sede da entidade, na noite de sexta.

Defensor do impeachment de Dilma Rousseff, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical e do Solidariedade, também falou em novas paralisações contra as reformas. “Se o governo não entendeu, vai ter mais”, afirmou durante a festa da central, na praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital paulista. O ato da CSB, no Sambódromo, também na região norte, teve mais críticas ao presidente Temer. “Essa reforma trabalhista vai acabar com os direitos históricos dos trabalhadores, com a Justiça do Trabalho e com o Ministério Público”, disse o presidente da central, Antonio Neto. A entidadeorganizou em 50 mil o número de presentes. Já a Força falou em 700 mil.

O ato de CUT, CTB e Intersindical ocorreu em clima tranquilo, mas teve alguns incidentes. Pela manhã, os sindicalistas não puderam estacionar o carro de som diante do vão livre do Masp, como previsto. Tiveram deparar alguns quarteirões adiante, na esquina da Paulista com a Rua Haddock Lobo, perto de um prédio residencial, o que provocou reclamações dos moradores. “Eu disse ao síndico que isso é culpa do Doria (o prefeito João Doria, do PSDB), não é culpa nossa”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas. Durante a manifestação, o prefeito foi várias vezes “lembrado” nos discursos.

Outro incidente ocorreu já na passeata pela Rua da Consolação, após os manifestantes deixarem a Paulista, rumo à Praça da República. No início do percurso, a Polícia Militar impediu o acesso de um caminhão de som. Sindicalistas tentaram negociar, chegaram a anunciar um acordo, mas depois informaram que a PM “confiscou” as chaves do veículo, que permaneceu parado, enquanto a marcha continuou. Mais adiante, uma senhora em um prédio provocou manifestantes com um “pixuleco” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e foi vaiada. Por outro lado, crianças em uma ocupação gritavam “queremos moradia” e “Fora Temer”.

 

Para link da matéria completa, acesse a Rede Brasil Atual.