Armadilha no uso da internet no trabalho
O Sindicato recebe freqüentes denúncias sobre a proibição, punição e até mesmo dispensa de trabalhadores que utilizam a internet e intranet no ambiente de trabalho. É comum que as empresas disciplinem o que pode e o que não pode utilizar. Em geral, mídias sociais, comunicadores e sites de conteúdos impróprios são os alvos, também há empresas que controlam navegação em sites informativos e, por fim, quem controla o conteúdo das conversas.
Com essa questão nas mãos e com objetivo de dar uma resposta aos trabalhadores, entrevistamos o Dr. Routo Terada, professor titular da USP e especialista na área. Em linhas gerais, o pesquisador disse ao Sindiluta que não faz sentido punir um trabalhador pela utilização da internet ou intranet, principalmente porque não existe como comprovar quem utilizou, quando utilizou e como utilizou. Assim, qualquer punição pode ser injusta sem que existam provas.
Alguns trabalhadores procuraram o Sindicato, denunciando que foram acusados de mensagens que alegam não ter escrito. O Dr. Routo Terada disse que isso é possível. Como os sistemas internos e os computadores estão sob a administração de um funcionário da empresa, pode haver manipulação do conteúdo de conversas. Não interessa se por maldade ou brincadeira, o fato é que não seria possível comprovar quem fez aquela conversa. Terada diz ainda que a conversa em questão poderia ser simulada em qualquer caso.
Sindiluta: Então é possível provar quem estava no terminal?
Routo Terada: Não. Por exemplo, se eu estou nesse terminal e vou para o banheiro. Esse terminal está aberto, aí alguém entra, digita alguma coisa e, para o sistema, é como se fosse eu que estivesse digitando. Então não é possível provar quem foi mesmo.
Routo Terada: É. Mas aí você tem que bater o horário.
Sindiluta: São comuns casos de invasão no sistema do Pentágono e bancos. Se nesses casos, que são dois modelos de segurança, os computadores são fraudados, a Intranet de uma empresa não é muito simples de burlar?
Saiba Mais…
São sistemas on-line projetados para permitir a interação social, a partir de comunidades de interesses específicos e do compartilhamento de informações e opiniões nos mais diversos formatos. Exemplos: Blogs, Orkut, Facebook, Twitter, Youtube…
São programas on-line que permitem que os usuários conversem e troquem informações em tempo real. Exemplos: Chats, MSN, Gtalk, ICQ…
Conteúdos impróprios são aqueles que podem ser considerados nocivos ou ofensivos, como sites preconceituosos e pornográficos. Algumas empresas proíbem também o acesso às redes sociais e aos comunicadores.
• Não compartilhe sua senha com ninguém;
• Mude de senha periodicamente;
• Quando sair de sua sala, feche os programas que precisam de senha ou coloque seu computador para hibernar.