SINDICATO NO WHATSAPP

Notícias

Voltar
Postado em: 08/07/2011 - 16h21 | Elaine Blefari - Dirigente do Sindicato dos Químicos de São Paulo

Amai-vos uns aos outros e deixe-os viver em paz!

A 15ª Parada Gay foi marcada pela comemoração ao reconhecimento do Supremo Tribunal Federal (STF) da união civil entre pessoas do mesmo sexo. A medida assegura os mesmos direitos dos casais heterossexuais. Outro debate jurídico fundamental que enfrenta forte resistência da bancada religiosa no Congresso é a aprovação do PL 122/2006, lei que criminaliza a homofobia, cuja aprovação teria a função de coibir e responsabilizar os crimes de intolerância e ódio praticados no Brasil e que são responsáveis por quase um assassinato por dia, um dos índices mais altos do mundo.


Os organizadores escolheram o tema ‘Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!’, como um chamado aos líderes religiosos à reflexão, em referência a um mandamento religioso cristão, pois sistematicamente pregam o ódio e a intolerância contra homossexuais. Dessa forma buscam também estabelecer um diálogo com o Estado, cabendo ao governo enfrentar as intolerâncias. Para isso, a escola tem um papel fundamental na promoção do respeito à livre orientação sexual.


Não podemos nos esquecer de que a homofobia de cada dia manifesta-se em todos os âmbitos da sociedade: na família, na escola, na igreja, na mídia, na fábrica. As piadas em torno da sexualidade e orientação sexual, geralmente tratadas como brincadeiras, e não percebidas como preconceito e violência, reforçam o discurso que desqualifica e destitui a população LGBT de direitos e tornam-se cúmplices da violência física, moral, simbólica e psicológica, incluindo também o assassinato, sofrido todos os dias por gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros.


Temos muito a comemorar nestes 15 anos de Parada do Orgulho LGBT, mas a realidade cotidiana ainda é marcada pela discriminação, preconceito, exclusão e crimes de ódio contra homossexuais. A Parada Gay é a reafirmação de um modo de ser no mundo, de que toda a forma de amor vale a pena, de que todos são iguais em direitos, obrigações e cidadania.  


O Sindicato dos Químicos de São Paulo está comprometido com a construção de um mundo sem preconceito, discriminação e homofobia. Conquistas legais são fundamentais, mas é no cotidiano das relações que os novos direitos são exercidos e garantidos para todas as pessoas. A diferença não pode ser justificativa para a manutenção de desigualdades, da violação de direitos e da exclusão social. Amai-vos uns aos outros e deixe-os viver em paz!