Redes Sindicais: um exemplo para se seguir
O Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo tem investido na formação de Rede de Trabalhadores nas empresas multinacionais. Com o incentivo da CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico), as Redes já são uma realidade e contribuem muito para equacionar direitos na relação entre trabalhadores e empresa.
A ideia da Rede é que exista um diálogo maduro e horizontal entre as partes que colaboram entre si. No ramo químico, a iniciativa já tem mais de 10 anos e os frutos são excelentes. “É um espaço importante para avançar nas conquistas. Também buscamos equiparação com os trabalhadores em todo o mundo”, explica Osvaldo Bezerra (Pipoka), coordenador de Administração do Sindicato.
A Rede integra trabalhadores de uma multinacional. Com a possibilidade de dialogar em conjunto com trabalhadores de outros países, e com o envolvimento institucional da empresa, os objetivos unificados têm maior probabilidade de serem alcançados. “Questões como fim da terceirização, combate a todas as formas de discriminação, acesso às informações sobre reestruturação da empresa, combate ao assédio moral, entre outros, são as principais diretrizes das Redes”, avalia Antenor Nakamura (Kazú), diretor do Sindicato e secretário de Relações Internacionais da CNQ.
Rede Basf – No Sindicato dos Químicos, a primeira empresa que criou a Rede foi a Basf, hoje já tem 10 anos e, em 9 de junho, a nova Comissão de Trabalhadores tomou posse. Essa Comissão tem uma característica incomum, o fato de que todos os trabalhadores pertencem ao setor administrativo.
Relação internacional – Para o Sindicato, a Rede de Trabalhadores também fortalece o processo de discussão internacional, através da ICEM (Federação Internacional dos Trabalhadores em Química Energia e Minério) e com o contato com outros sindicatos. No nosso caso, os contatos com as comissões de trabalhadores e sindicatos alemães merecem destaque. É uma forma de inclusão no mercado global, mas com a defesa da classe trabalhadora como meta.
Rede Lanxess – Foi realizado na cidade de Porto Feliz (SP) o encontro da Lanxess, nos dias 9 e 10 de junho. Na oportunidade foram discutidos temas como acordo coletivo nacional, reestruturação da empresa, terceirização, unificação da jornada e adicionais, PLR e Carta de princípios da Rede.
Rede Bayer – O encontro da Bayer aconteceu em 5 e 6 de maio, em São Paulo. Os principais temas discutidos foram: respeito aos direitos humanos e assédio moral; divulgação do diálogo social; reestruturações; políticas de cargos e salários. O dirigente do Sindicato que também é funcionário da Bayer e participa da Rede, Geraldo Guimarães, afirmou que o “processo de construção da Rede é o que existe de mais avançado nas relações sindicais, algo a ser copiado por outras categorias e empresas multinacionais”.