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Postado em: 06/08/2009 - 11h45 | Redação

Ipea pede ousadia ao Governo

Juros em 6% ao ano é o que propõe o presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann. A taxa de juros é o ponto mais discutido da política econômica do Governo Lula. Enquanto os presidentes anteriores discutiam inflação e desemprego, o Brasil passa por um momento que a solidez econômica pede mais investimentos.

Recentemente a taxa diminuiu de 9,25% para 8,75%. Os setores produtivos desde o empresariado até os sindicalistas acreditam que o corte em 0,5% ainda é insuficiente. Mas o Banco Central não dá sinais que nenhuma medida menos conservadora ocorra nesse governo.

A entrevista de Pochmann foi concedida ao site UOL (www.uol.com.br) e o professor de economia da Unicamp pede ousadia do governo. Afirma que na China e Índia a resposta para a crise mundial foi mais rápida e ousada. O economista cita medidas como a redução de impostos, aumento do reajuste do salário mínimo, aumento do valor do programa Bolsa Família e diminuição dos juros como medidas positivas, mas tímidas frente à crise.

A principal motivação para ousadia segundo Pochmann seria que com a “decadência dos Estados Unidos, há espaço para países liderarem outro tipo de desenvolvimento -, precisamos ter ações”. O economista ainda sugere um pacto entre governos federal e estaduais para a redução de ICMS “em setores intensivos em mão-de-obra e de consumo”, explica Pochmann.

Sugere a compra de ativos globais por empresas nacionais. Diz que existe dentro do Ipea um grupo estudando o tema. O objetivo é tornar empresas de grande porte nacionais em empresas com influência global, aproveitando o momento que considera ideal.

Pochmann destaca dois erros na política monetária: a elevação na taxa de juros em 2008, e depois a lentidão para reduzir a taxa na crise em setembro e outubro de 2008. Um terceiro erro seria a redução mínima de juros, confirmada após sua entrevista.

Pobres – Um alerta é feito para a tributação sobre pobres. Hoje as pessoas de baixa renda deixam metade do salário com o governo. Enquanto isso os impostos sobre renda e terras são baixos. Pochmann diz que nos anos 50 o Imposto Territorial Rural representava 6% da arrecadação, hoje o valor é insignificante.