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Postado em: 30/08/2010 - 00h00 | Diretoria Colegiada

Sintomas de uma década vitoriosa

O Brasil vem assistindo, pelo menos desde 2003, à recuperação da atividade econômica e do nível de emprego e, com isso, a retomada da vitalidade das lutas. Esse contexto tem permitido ao movimento sindical fortalecer as negociações coletivas, conquistando, assim, reajustes reais nos salários.

Entre 2003 e 2010 foram gerados mais de 12 milhões de postos de trabalho, esse número corresponde a toda a população da cidade de São Paulo. Chegar a esse resultado só foi possível porque a economia cresceu de forma sustentável.
 
O salário mínimo obteve um crescimento real, descontada a inflação, de 73%. A quantidade de dinheiro que entrou na economia na forma de salários cresceu 42% entre 2003 e 2010.
 
Essas conquistas sociais desencadeadas a partir de 2003 são fruto de um mesmo processo: a derrota do projeto neoliberal e a retomada da pressão pelas mudanças em favor dos mais desfavorecidos.
 
Uma das conseqüências mais relevantes dessas mudanças é a redução da pobreza no país. Conforme análises do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os resultados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) de 2008 demonstraram a redução da pobreza e da desigualdade no Brasil.
 
As políticas públicas de combate à pobreza e de geração de emprego e renda apresentam resultados concretos e positivos. Os indicadores sociais confirmam que diminuiu o número de pobres: 30 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza e 20 milhões ingressaram na nova classe média.
 
Em 2001, a renda média dos 20% mais ricos era 27 vezes a dos 20% mais pobres; em 2008 essa diferença caiu para 19 vezes, ou seja, uma redução de 30% na desigualdade em sete anos.
 
As transformações que vivemos hoje no Brasil são fruto de um governo democrático e popular comprometido com uma parcela da sociedade, da atuação de setores progressistas e de partidos de esquerda e, sobretudo, da atuação da classe trabalhadora. Nas conquistas alcançadas nessa década que se encerra daqui a quatro meses encontramos a presença e a disposição de luta dos trabalhadores, seja na luta pela valorização do salário mínimo, na aprovação da convenção 151 da OIT, na redução da jornada de trabalho, nos ganhos reais de salários, entre tantas outras. Elas materializam muitas das propostas que os trabalhadores vêm lutando há décadas.
 
Entretanto, os desafios ainda são muitos, como integrar de forma mais igualitária as mulheres, os negros e a juventude no mercado de trabalho, conquistar a redução da jornada para 40 horas semanais, aprovar o projeto das centrais que inibe a terceirização, ampliar os vínculos de empregos formais e reduzir a precarização e o trabalho escravo e reverter o processo de mercantilização de bens públicos como saúde e educação. Esses são os desafios para a próxima década.