O jornal da categoria chega à edição de número 350!
O quinzenal que leva aos trabalhadores notícias do mundo do trabalho, política, cultura e informações sobre a categoria comemora a chegada à edição 350. A história dos trabalhadores da categoria está escrita e dividida em 2.225 edições de uma primeira fase e chega agora, um pouco diferente, mas ainda levando como seu pilar a luta por uma vida digna aos trabalhadores, à edição 350.
Em 1983, ainda em período da ditadura militar, a necessidade de informar o cidadão era crescente. Os grandes meios de comunicação expressavam apenas o que interessava ao Governo e o povo não tinha acesso à verdade. Foi em meio a essa situação que nasceu o Sindiluta, o jornal dos trabalhadores químicos, plásticos e farmacêuticos de São Paulo e Região.
Em 7 de abril daquele ano, o Sindicato dos Químicos de São Paulo escreve seu primeiro boletim numa proposta diferente de tudo o que existia, para falar de CIPA, de organização dos trabalhadores, de socialismo, reforma urbana, combate ao latifúndio, entre outros temas.
Em seus 27 anos, o Sindiluta já contou com a colaboração de diversos companheiros. Alguns personagens se tornaram essenciais para que essa história pudesse criar vida. Um deles é Antônio Alves de Albuquerque, o seu Antônio, ex-dirigente do Sindicato. Quando perguntamos, com um pouco de receio que ele não gostasse da pergunta, a sua idade, seu Antônio responde com um sorriso: “Nasci em 17 de setembro de 1932, no ano da Revolução Paulista”.
Ele se desculpa o tempo inteiro por sua memória um pouco fraca, mas no caminhar da conversa ele mostra que a preocupação não tem fundamento, pois lembra de tudo com detalhes, os dias, os nomes, os lugares de todos os recortes do passado que ainda o fazem se emocionar.
Seu Antônio participou ativamente da produção de matérias para o Sindiluta. Trabalhador da empresa Dow-Lepetit, participou dos problemas e das vitórias que acompanharam o Sindicado em sua trajetória. Para ele, “o Sindiluta nasceu da necessidade de defender os trabalhadores, pois eles não tinham um jornal que os representasse”.
Seu Antônio lembra que o primeiro exemplar do Sindiluta respondeu uma matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, que, falando sobre uma greve dos desempregados, chamava os grevistas de baderneiros. E dessa forma, o diário começou a desmentir os jornalões e “colocar o dedo nas feridas da sociedade”, afirma. Para ele, “o Sindiluta falava em unir os trabalhadores em nível mundial, difundia uma postura socialista, a favor da moradia, saúde e educação”.
Além disso, para seu Antônio, o jornal conquistou seu objetivo, pois “mobilizou a atenção de todos os trabalhadores do ramo, cresceu, transmitiu para todos a verdadeira voz das injustiças sociais e ganhou credibilidade”. Além do seu Antônio, o Sindiluta contou e ainda conta com muita gente para ser produzido. Nesses 27 anos, a participvação de militantes na produção do jornal fortaleceu a categoria. E daqui para frente, contando também com as novas tecnologias, o Sindicato irá expandir esse trabalho cada vez mais.