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Postado em: 22/11/2010 - 11h57 | Rede Brasil Atual

Camisinha é aceitável em alguns casos, diz Bento 16

O uso de camisinhas para parar o avanço da Aids pode ser justificado em alguns casos, disse o Papa Bento 16 em um novo livro que pode anunciar o início da mudança de atitude do Vaticano a respeito do uso de preservativos.

Em trechos publicados no jornal do Vaticano neste sábado, o papa menciona o exemplo do uso de camisinha por prostitutas como “o primeiro passo para a moralização,” mas diz que os preservativos “não são realmente a maneira de lidar com mal da infecção por HIV.”
 
Embora alguns líderes católicos também tenham falado sobre o uso limitado de camisinhas em casos específicos para impedir o contágio pela Aids, essa é a primeira vez que o papa menciona a possibilidade em público.
 
As palavras do papa parecem ser uma grande mudança na atitude do Vaticano. Embora não exista uma posição formal em um documento do Vaticano, a maioria dos líderes da Igreja vêm dizendo, há décadas, que o uso de preservativos não era nem parte da solução na luta contra a Aids.
 
No ano passado, o papa causou um alvoroço internacional quando disse a jornalistas em viagem à África que os preservativos não deveriam ser usados, porque poderiam aumentar a propagação da Aids.
 
O novo livro, chamado Light of the World (Luz do Mundo) é feito com as respostas de Bento 16 às perguntas feitas pelo jornalista alemão católico Peter Seewald ao longo de um mês de reuniões na residência de verão do papa.
 
O papa diz que a “mera fixação em relação aos preservativos implica numa banalização da sexualidade” onde a sexualidade não é mais a expressão do amor, “mas apenas uma espécie de droga que as pessoas usam.”
 
Depois que o papa disse que o uso de preservativos poderia se justificar em certos casos limitados, como por exemplo, por prostitutas, Seewald perguntou: “O senhor está dizendo então, que a Igreja Católica em princípio, não se opõe ao uso de preservativos?”
 
O papa respondeu: “É claro que ela não os vê como uma solução moral ou real, mas, nesse ou naquele caso, pode entretanto, haver a intenção de reduzir o risco de infecção, um primeiro passo em direção a uma maneira diferente, mais humana de viver a sexualidade.”