SINDICATO NO WHATSAPP

Notícias

Voltar
Postado em: 15/02/2011 - 16h39 | Rede Brasil Atual

Metrô de São Paulo recebeu US$ 8 milhões de multinacional para pagamento de propina, sugere documento

Foi protocolado nesta terça-feira (15) no Ministério Público Estadual (MPE-SP) o contrato de licitação entre o Metrô de São Paulo e a empresa alemã Siemens. O documento será anexado ao processo que em 2008 foi aberto para investigar denúncias de corrupção entre a multinacional francesa Alstom e o Metrô de São Paulo.

O contrato sugere o pagamento de propina feito a autoridades brasileiras em valores que ultrapassavam US$ 8 milhões. O montante representava em torno de 7,5% do valor total dos contratos.
 
Segundo denúncias de testemunha que diz ter presenciado o processo de contratação, em reportagem da Rede Record e do portal R7, o esquema começava sempre com a manipulação dos editais de concorrência pública, tanto nos processos de compra de novos trens para a Companhia do Metropolitano de São Paulo como também à compra e manutenção dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropólitanos (CPTM).
 
Consta ainda no documento que o esquema de corrupção se estenderia ao projeto principal das obras do Metrô do Distrito Federal, cujo governo então era comandado por José Roberto Arruda )(ex-DEM).
 
Em entrevista à Rede Brasil Atual, o deputado estadual Simão Pedro (PT) afirmou que o novo documento apresentou como novidade um contrato específico de uma empresa terceirizada, que em nome da empresa alemã fazia parcerias com companhias brasileiras, cuja função seria o repasse da propina a diretores e políticos brasileiros.
 
“Apresentamos aos promotores notas fiscais e cópias de contrato entre a Siemens e as empresas terceirizadas. Eles estudarão a conexão destas denúncias com as já existentes no Ministério Público sobre este caso”, afirmou o deputado.
 
De acordo com Simão Pedro, foi anexada ao documento uma carta assinada pela testemunha da Siemens e direcionada ao porta-voz da empresa no ano de 2008. O conteúdo escrito dava detalhes de todo esquema de repasse de verbas ao Brasil. E, ainda segundo as informações apuradas pela denúncia e pelo deputado, a Siemens, à época, havia feito uma “devassa” em seu quadro de diretores, demitindo diversos funcionários.
 
“A intenção é investigar porque o escritório de advocacia que a Siemens contratou não avançou em relação às denúncias relacionadas ao Brasil”. O deputado também sinalizou preocupação pelo fato de o contrato denunciado já ser considerado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado, mas que ainda assim foi renovado e continua em vigor.
 
Sem resposta
Durante coletiva no início da tarde desta terça-feira (15), a reportagem da Rede Brasil Atual questionou o governador Geraldo Alckmin sobre as denúncias do dia anterior. Mas, ao ouvir a pergunta, Alckmin preferiu não comentar e encerrou imediatamente a entrevista.