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Postado em: 06/07/2012 - 12h23 |

Caos no transporte público

Não é de hoje que os usuários do transporte público de São Paulo sofrem com a superlotação, lentidão, constantes atrasos e péssimas condições de ônibus, metrôs e trens. Nos últimos anos, mais um problema foi acrescentado à lista: as numerosas panes no sistema de trens e a diminuição de linhas de ônibus. Todos esses transtornos são resultado da má administração e falta de investimentos do governo estadual e municipal.

Segundo dados recentes, os gastos em melhorias no sistema ferroviário são cada vez menores. Menores, inclusive, que os orçamentos anuais previstos, de pouco mais de um bilhão de reais, que não é um valor muito alto, em vista da quantidade e do tamanho dos problemas que eles deveriam sanar. O único investimento que aumentou nos últimos anos foram os de publicidade. Em 2008 (ano eleitoral), foram gastos em torno de R$ 50 milhões e, em 2010 (mais um ano eleitoral), o valor ficou próximo de R$ 40 milhões. Os dados mostram apenas o investimento nas linhas da CPTM, mas a partir delas pode-se ter uma ideia do descaso do governo com o transporte público.

Sucateamento

O paulistano demora, em média, 2h49 por dia para se deslocar (de casa para o trabalho, estudo, etc.). Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Ibope em setembro de 2011. Boa parte deste tempo é gasta na espera pela condução. Além de tudo isso, os cidadãos sofrem com as péssimas condições do transporte, cada vez mais caro e sucateado.

Trabalhadores da categoria sofrem com as péssimas condições do transporte público e seus constantes atrasos. E, por conta disso, passam por uma série de contratempos. O trabalhador P.B. conta que demora em média 2 horas para chegar ao trabalho. Ele mora na Zona Leste e toma 2 peruas e 2 trens para chegar na empresa da Zona Norte. Além da demora, ele reclama: “É um transtorno. Está tudo sempre lotado”. Ele também conta que, com as constantes panes nas linhas de trem, ele acaba se atrasando no trabalho, o que já resultou em advertências verbais do patrão.

Outro exemplo é o trabalhador M.F., que pega diariamente 3 linhas de trem para sair da Zona Leste, onde mora, para chegar ao trabalho, na Zona Sul. Quando a situação está normal, a demora é de 1 hora e meia. “O problema é que quase não existem dias normais. Cada dia é um problema diferente, nada funciona”, lamenta.

Os trabalhadores entrevistados tiveram seus nomes omitidos para que não sejam perseguidos pelas chefias no local de trabalho.

Manifestação da CUT-SP

No dia 29 de junho, a CUT-SP realizou uma manifestação para denunciar o descaso com que os governos Alckmin (Estado) e Kassab (capital) tratam o transporte público. “Reunimos mais de 5 mil trabalhadores no vão livre do MASP, na avenida Paulista, e caminhamos até a praça do Patriarca, exigindo melhores condições no transporte coletivo em São Paulo”, destacou Renato Carvalho Zulato, dirigente do Sindicato e Secretário de Administração e Finanças da CUT-SP.

Para João Carlos de Rosis, Secretário de Administração e Finanças do Sindicato, é uma vergonha o preço das passagens em São Paulo. “As passagens são as mais caras do país, mas temos um transporte de péssima qualidade e neste ano eleitoral queremos debater propostas concretas para o transporte coletivo da capital.”