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Postado em: 23/07/2012 - 00h00 | Diretoria Colegiada

Comunicação e formação como aliadas da democracia

A CUT elegeu na última semana seu novo presidente e a nova diretoria executiva que ficará à frente da entidade nos próximos três anos.  A renovação de nomes nos quadros de direção é de mais de 30% e isso é muito saudável.

Essa renovação de dirigentes é necessária na CUT, nos sindicatos e também no país, pois garante a continuidade da luta dos trabalhadores, geração após geração, e consolida a democracia. Porém, a qualificação dos dirigentes e políticos é essencial para que essa continuidade ocorra de forma satisfatória.  

Durante o 11º Concut, o presidente licenciado do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), professor Márcio Pochmann, defendeu a comunicação e a formação sindical como armas da classe trabalhadora no combate pelo desenvolvimento nacional com distribuição de renda e valorização do trabalho. Ele lembrou que as condições no país ainda são extremamente desiguais, com 90% dos empregos pagando até um salário mínimo e meio.

De acordo com o professor a qualificação dos dirigentes é essencial para a luta contra a visão “alienada, individualista e privatista” que contamina boa parte das relações sociais, principalmente entre a chamada “nova classe média”.

A recente ascensão dessa classe é resultado do alargamento da classe trabalhadora. Com o aumento do nível de emprego e da renda essas pessoas foram incorporadas pelo mercado de consumo, passando a ter acesso a bens que não tinham no passado. Ascenderam socialmente, graças a algumas políticas públicas, mas sem influencia das representações de interesse – como  Sindicatos, organizações de moradores e estudantis – por isso são muito despolitizadas É preciso lembrar ainda que a qualidade da educação no País ainda é muito baixa, contribuindo para a falta de informação e espírito crítico e que essas pessoas terão seus votos disputados nas eleições que estão por vir.

A baixa taxa de sindicalização percebida nos últimos anos é prova disso.  Em 1989, 32% dos trabalhadores eram sindicalizados, em 1999, o número caiu para 16,5% e atualmente, apesar da política de valorização do salário mínimo e dos inegáveis avanços do governo Lula, a taxa chegou a apenas 18%.

Por outro lado, o sindicalismo dispõe de uma enorme quantidade de jornais, revistas, boletins e panfletos, tendo mais jornalistas e profissionais de comunicação que a própria Rede Globo, mas sem um norte comum para disputar a atenção desses trabalhadores. Sem dúvida, o grande desafio do movimento sindical nesse momento é investir na formação de novos dirigentes e numa imprensa sindical atuante capaz de transmitir informação relevante e de qualidade para os trabalhadores, contribuindo para o aumento da base de representação.