Resolução da CUT sobre as eleições municipais defende avanços no processo democrático-popular
A CUT E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012
As eleições municipais, no Brasil, revestem-se de características bastante especiais. A cada dois anos, temos eleições em nosso país e, neste ano, eleições municipais, que se transformaram, ao longo do tempo, em uma preparação para a disputa presidencial.
A disputa por cargos eletivos é dos políticos e dos partidos. A nós, o que interessa, é a disputa de projetos de sociedade, consubstanciados nos programas de governo apresentados nas eleições. Como ocorreu nos últimos anos, de um lado, temos o programa dos governos anteriores a Lula, que privilegiaram a implantação do Estado mínimo, as fórmulas econômicas ditadas pelo FMI e pelo Banco Mundial, e a dependência internacional, que contribuíram para gerar e aprofundar crises, a exclusão social e a perda de direitos. É o programa do não diálogo com os movimentos sociais e sindicais, ou seja, contrário aos interesses da classe trabalhadora.
Por outro lado, temos o projeto indutor do desenvolvimento com justiça social, distribuição de renda, trabalho decente, promoção da igualdade de gênero, raça e etnias, respeito pelo diálogo social, por meio da maior participação da sociedade civil organizada na solução dos problemas. Enfim, o projeto que avança nas relações democráticas do país, projeto que ajudamos a construir e pelo qual lutamos para ser implementado durante décadas. Esse projeto, indubitavelmente , representa ganhos para a classe trabalhadora e aprofundamento da democracia.
Nós, do movimento social e sindical, somos protagonistas importantes nesse processo de democratização do país. Nossa participação para ampliar essas históricas conquistas é fundamental. Fomos às ruas para exigir o impeachment de Collor, em 2005, foi nossa militância quem deu respaldo ao presidente Lula quando conservadores indignados com a eleição de um presidente operário tentaram dar um golpe visando seu impedimento ou sua não reeleição. A eleição da presidenta Dilma Rousseff, no segundo turno em 2010, foi outro momento em que mostramos a força da nossa mobilização. Somos, assim, importante agente político na continuidade desse projeto de governo, visando a construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva e democrática.
Assim como cuidamos das campanhas salariais e da defesa dos direitos dos trabalhadores, conclamamos nossa militância a participar das campanhas eleitorais, apoiando as candidaturas que defendam a pauta dos trabalhadores e trabalhadoras como tarefa prioritária. Vamos organizar comitês, debater com nossas categorias. A luta por salário e condições de trabalho é insuficiente para garantir a qualidade de vida da população e a cidadania plena. Não adianta avançarmos nas relações de trabalho se nos bairros e nas cidades onde vivemos não têm creches, pavimentação, postos de saúde, hospitais, escolas, segurança, habitação, energia, saneamento ambiental e mobilidade urbana.
Somos independentes, mas não somos indiferentes. Temos compromissos com o povo brasileiro. Este foi o caminho que escolhemos. E o caminho para o crescimento e a inclusão, que prioriza os mais pobres, passa, neste momento, pela vitória desse projeto de sociedade nas prefeituras e câmaras municipais.