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Postado em: 15/07/2013 - 00h00 | Diretoria Colegiada

Multidão nas ruas reivindica mais direitos

Poucas vezes na história do país tivemos mobilizações tão grandes. O que desencadeou tudo isso? Essa é uma pergunta que estudiosos, políticos, historiadores e a própria população têm tentado responder nos últimos dias. Mas não é uma pergunta simples, e ela tem várias respostas.

Tudo começou com o MPL (Movimento Passe Livre) reivindicando a redução do preço das passagens do transporte coletivo. É importante observar que esse movimento existe há anos e que a discussão pelo passe livre foi pautada pela primeira vez na gestão de Luiza Erundina (PT), na década de 1980, sem sucesso.

Transporte público de qualidade e acessível aos trabalhadores é uma bandeira antiga que conta com o total apoio dos partidos de esquerda, da CUT e do nosso Sindicato, mas que até então não vinha conquistando avanços.

Desta vez a voz do povo foi ouvida. Prefeitos de diversas capitais tiveram de voltar atrás em suas decisões e baixar a tarifa do transporte público.

Antes, no entanto, numa das manifestações organizadas pelo MPL, a polícia agiu de forma truculenta ao agredir manifestantes, jornalistas e pessoas que estavam nas imediações tentando voltar do trabalho para casa.

A partir desse fato, o movimento parece ter tomado um novo rumo. As pessoas se solidarizaram com os agredidos e o clamor popular passou a ser por liberdade de expressão. Gente de todos os partidos, credos e tribos tomou conta das ruas gritando por mudanças.

Mudanças, aliás, que há muito tempo os movimentos sociais e a CUT vinham pedindo para os sucessivos governos – Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula e Dilma – sem trégua. Saúde, educação, transporte público de qualidade e reforma política fazem parte da extensa lista de reivindicações que sindicatos e movimentos sociais têm apresentado exaustivamente aos governos democráticos, nos últimos 20 anos.

O movimento cresceu muito rápido nas redes sociais. Muitos jovens querendo expor suas ideias foram para as ruas, mas ali também estavam militantes partidários dos movimentos sociais, de moradia e de saúde.

Assim, a mobilização passou a agregar de tudo um pouco, e faixas e cartazes muitas vezes pareciam contraditórios. Uma mistura de bandeiras e reivindicações concretas, como a luta pelo transporte gratuito, por saúde e educação de qualidade e pela reforma política, com outras conservadoras que tentaram surfar na onda de reivindicações antigas.

Esse processo contribuiu para que o governo desencadeasse um conjunto de iniciativas relevantes, como a reforma política, recursos para mobilidade urbana e investimentos no SUS. A propósito, bandeiras históricas dos partidos de esquerda e do movimento sindical. Mas, como todos sabem, reformas de tamanha proporção dependem do apoio da maioria do Congresso, e muitos dos nossos parlamentares preferiram ignorar essas questões.

Diante das pressões também foi votada a destinação de 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde. Os que eram contra não tiveram coragem de se manifestar.

Foi um bom começo e, para nós do movimento sindical, a confirmação do que sempre dizemos para a categoria: só com união e luta vamos garantir conquistas.

 

Diretoria Colegiada