Renovação e presença de mulheres marcam chapa única do Sindicato dos Químicos de São Paulo
Nesta primeira semana de março os trabalhadores e as trabalhadoras da categoria irão às urnas para eleger a nova diretoria, que comandará a entidade pelos próximos quatro anos.
Dando continuidade ao projeto CUTista iniciado em 1982, a CHAPA 1 – Organizar, Lutar, Conquistar, única inscrita para o pleito, é marcada pela chegada de novos companheiros e companheiras, e pelo número de mulheres acima da cota.
A presidenta da CNQ-CUT, Lucineide Varjão, integrante da Chapa 1, conta um pouco do processo de escolha dos nomes das lideranças que integram a CHAPA 1 e do significado dessa renovação neste desafiador momento político e econômico para a classe trabalhadora.
1. Qual as diferenças entre a composição da Chapa 1 e a atual direção do Sindicato?
A chapa 01 – Chapa CUTista, alia na sua composição pessoas com experiência de gestão sindical com novas lideranças dos locais de trabalho. Com uma renovação de 37% do quadro da atual diretoria, e com uma representação de 33% de mulheres no conjunto dos setores que compõem a categoria, a Chapa 01 está sintonizada com as demandas atuais de ter um sindicato enraizado nos locais de trabalho e com uma representação plural para atender a representação de mulheres na categoria.
Após a eleição, assumirão a tarefa de representar sindicalmente a categoria, pela primeira vez, novas lideranças que integram a parcela mais aguerrida da nossa militância sindical e que são frutos dos cursos de formação sindical oferecidos pela entidade.
É importante ressaltar que o processo de renovação da atual direção em curso se deu no campo democrático sendo que os/as atuais dirigentes que não comporão a nova direção, integrarão o conselho consultivo da entidade, contribuindo na realização de ações que permitam o avanço do projeto político visando uma maior e melhor representação da categoria em todos os níveis.
2. O que significa para a condução do Sindicato e para a categoria essas mudanças?
Significa que ampliaremos ainda mais o poder de representação da entidade junto à categoria, pois, todos e todas que integram a cota de renovação são oriundos do chamado “chão de fábrica”, e nele estarão neste novo mandato, atuando para ampliar a representação sindical e a organização sindical nos locais de trabalho.
Significa que o Sindicato dos Químicos de São Paulo inova mais uma vez, pois, as lutas em defesa das reivindicações e dos direitos das mulheres têm sido uma tônica desta entidade nos últimos 25 anos, sendo que este sindicato foi o primeiro do ramo químico a ter uma mulher na presidência ainda nos anos 90. Nosso Sindicato criou há 12 anos, em conjunto com a CNQ, Fetquim e demais sindicatos do ramo, um programa específico de capacitação de mulheres, o “Formaquim Mulher” que atualmente debate as relações sociais de gênero.
3. Você acredita que essa renovação e a maior presença de mulheres acontecerão também em outros sindicatos do ramo químico?
Sim, esta é uma forte tendência, pois a CUT defende e orienta que todas as entidades CUTistas busquem ampliar a representação sindical nos locais de trabalho, bem como, no último congresso da Central foi aprovada a paridade – igualdade de representação entre homens e mulheres nas direções da CUT, alterações que certamente chegarão as direções dos sindicatos filiados e exigirá das entidades CUTistas esforços para ampliar a representação de mulheres nas direções sindicais.
É necessário esclarecer que não defendemos simplesmente a ampliação do número de mulheres nas direções, mas o empoderamento destas mulheres, já que a composição das categorias é plural e, portanto, o sindicato deve se afirmar como uma espaço efetivo onde homens e mulheres que atuam conjuntamente, com igualdade de oportunidades, para construir efetivamente políticas que persigam a conformação de uma sociedade socialmente justa e igualitária.
4. Quais os principias eixos de luta da Chapa 1 – Organizar, Lutar, Conquistar?
Os principais eixos de trabalho da Chapa 01 estão ligados ao fortalecimento do Sindicato, a ampliação da representação sindical nos locais de trabalho e a defesa intransigente dos interesses imediatos e históricos da categoria e da classe trabalhadora, destacando os seguintes eixos:
– Ampliação da sindicalização
– Ampliação da Organização Sindical e da democracia nos Locais de Trabalho
– Ampliação de direitos trabalhistas
– Redução da Jornada de trabalho para 40 horas semanais em todos os setores que compõem a categoria.
– Fim do trabalho aos sábados
– Combate a terceirização e a precarização das condições e relações de trabalho
5. Por que é importante que o trabalhador e a trabalhadora associados participem desse processo de eleição mesmo tendo uma única chapa concorrendo?
Por que o Sindicato é a ferramenta para a defesa coletiva dos interesses e direitos do conjunto da categoria. O Sindicato é o espaço real de representação dos trabalhadores e trabalhadoras, e portanto, cabe a categoria referendar e respaldar a nova direção através do voto para que ela tenha legitimidade junto a categoria e nas negociações coletivas com os setores patronais . Quanto maior for a votação na Chapa 1, maior será a representação e legitimidade da nova direção, pois, o cenário conjuntural e político em nível nacional do país aponta para um ano de duras negociações, uma vez que os empresários e banqueiros, aliados a grande mídia querem criar no país um cenário de caos, com objetivo a flexibilizar e retirar direitos duramente conquistados .
A Chapa 1 tem convicção de que este cenário de caos produzido pela alta burguesia não corresponde a realidade do país e conclama a categoria para em conjunto com a direção envidar todos os esforços na defesa dos interesses e reivindicações dos trabalhadores, evitando assim retrocessos, pois o lema da Chapa 1 é “nenhum direito a menos“
*Lucineide Varjão Soares, presidente da CNQ – Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT