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Postado em: 26/06/2022 - 14h03 | Redação

Bolsonaro privatiza Eletrobras e conta de luz deve ficar 17% mais cara

O governo Bolsonaro concluiu no início do mês de junho o processo de privatização da Eletrobrás, a maior empresa do setor elétrico brasileiro. As ações da estatal foram disponibilizadas na Bolsa de Valores pelo preço de R$ 42, abaixo do valor de fechamento e levantaram um total de cerca de R$ 33 bilhões.

Sindicatos e movimentos populares se manifestaram, nos últimos meses, contra a privatização. Uma série de ações foram protocoladas para tentar evitar a venda do controle da empresa.

Parte das ações denunciaram erros ou omissões já apontadas pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, sobre o processo. Ele foi o único que se posicionou contra e afirmou que a Eletrobras foi vendida a “preço de banana” por conta da pressa do governo para concluir a transação antes do fim do mandato.

Um informe divulgado pela Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL) e sindicatos dos trabalhadores do setor elétrico relaciona 60 motivos pelos quais a empresa não deve ser privatizada. Muitos dos motivos estão relacionados à perda de soberania, uma vez que a Eletrobras é um dos pilares do desenvolvimento econômico.

O efeito imediato da privatização da Eletrobras será o aumento da conta de luz. A venda da empresa vai prejudicar 99,7% da população brasileira que é consumidora de energia elétrica. A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que as contas de luz subam, de imediato, entre 16% a 17% em todo o território nacional.

A Eletrobras tem 47 usinas hidrelétricas responsáveis por 52% de toda a água armazenada no Brasil e 70% dessa água é utilizada na irrigação da agricultura. “Imagine tudo isso nas mãos de uma empresa privada que só se interessa pelo lucro”, alertou o engenheiro elétrico da Eletrobras, Ikaro Chaves.

 

Confira abaixo dez dos 60 prejuízos da privatização da Eletrobras, segundo os trabalhadores:

1) Energia e Estratégia Nacional – A Eletrobras e a infraestrutura elétrica são essenciais para o projeto de nação.

2) Soberania e Segurança Energética – O país tem sistema elétrico mais robusto do que diversos países desenvolvidos no que tange à extensão da rede. A Eletrobras é a espinha dorsal deste sistema.

3) Energia e Desenvolvimento Nacional – A energia é chave para o crescimento econômico haja vista a sua elasticidade em relação ao PIB (para cada 1% de crescimento do PIB, o consumo de energia cresce em média 1,2%). A Eletrobras é alavanca para a economia.

4) Energia e Desenvolvimento Regional – Vivemos num país com enormes disparidades socioeconômicas inter e intrarregionais. A capilaridade do Sistema Eletrobras continua sendo fundamental para todas as regiões do país.

5) Energia e Desenvolvimento Local – A Eletrobras é vital para levar energia nos locais mais ermos do país, seja no interior do Nordeste ou para populações ribeirinhas da Amazônia Legal.

6) Eletrobras e a Engenharia Nacional – A Eletrobras foi (e continua sendo) fundamental para desenvolver e operacionalizar obras de engenharia de porte global, como Itaipu,Tucuruí, Belo Monte, Jirau, Angra e dezenas de usinas, linhas de transmissão e redes de distribuição.

7) Eletrobras e Integração Energética Fronteiriça – A atuação da empresa ampliou a segurança energética do Brasil e dos países vizinhos, haja vista Itaipu, linhas de transmissão com Argentina, Uruguai, Venezuela e estudos de projetos binacionais.

8) Eletrobras e Energia Nuclear – A energia nuclear é uma energia que não pode ser relegada para o segundo plano, haja vista a representatividade para a segurança energética do Rio de Janeiro. O Brasil tem ricas jazidas de urânio que ampliam a atratividade desta fonte na matriz elétrica.

9) Eletrobras e Política Energética – A Eletrobras é peça chave para operacionalizar as políticas definidas pelo Comitê Nacional de Política Energética (CNPE) e propiciar energia em quantidade e qualidade para a  sociedade.

10) Eletrobras, Petrobras e BNDES –  Historicamente essas três empresas formam o tripé de desenvolvimento da infraestrutura nacional na área de energia.  Fragilizar a Eletrobras e a Petrobras são formas de ampliar a nossa dependência em segmentos chaves para a competitividade da economia brasileira.