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Postado em: 13/11/2020 - 13h43 | Redação

47,4% dos negros do Brasil são trabalhadores informais

A informalidade entre os trabalhadores pretos e pardos no Brasil chegou a 47,4% em 2019,  enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%.

Os negros eram maioria em atividades informais do setor agropecuário (62,7%), da construção (65,2%) e dos serviços domésticos (66,6%). Essas atividades em decorrência do desaquecimento do mercado de trabalho foram ampliadas desde 2014, com destaque para transporte, armazenagem e correio, alojamento e alimentação e construção.

Esses e outros dados estão no estudo “Síntese de Indicadores Sociais” (SIS), que teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, de 2019, divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo abrange os  trabalhadores informais, que são todos os empregados sem carteira assinada, como trabalhador doméstico e os que atuam por conta própria mas não contribuem para a Previdência Social.

De acordo com o IBGE, entre as pessoas abaixo da linha de pobreza que ganham US$ 1,90 por dia (R$ 10,31 no câmbio oficial do dia 12/11), segundo a  linha fixada pelo Banco Mundial, 70% eram de cor preta ou parda, enquanto a população que se declarou com essa característica era de 56,3% da população total.

A pobreza afetou ainda mais as mulheres pretas ou pardas: eram 28,7% da população, mas 39,8% dos extremamente pobres e 38,1% dos pobres.

O estudo também mostra que os negros são maioria entre os brasileiros que estão nas faixas de pobreza e extrema pobreza e moram com maior frequência em domicílios com algum tipo de inadequação.  “A informalidade para pretos ou pardos é uma característica histórica, que percebemos em todos os anos da série da Pnad Contínua, que se inicia em 2012 e vai até 2019. É um grupo que requer atenção, é um grupo mais vulnerável, que não vai poder ter aposentadoria por tempo de serviço, que não tem direito a licenças remuneradas por afastamento por motivo de saúde ou licença gestante, então são mais vulneráveis em termos de pessoal ocupado”, explica o coordenador da SIS, João Hallak.

Para ter acesso aos dados completos da pesquisa acesse o site da CUT.

*Com informações da CUT